Envelhecentes e resiliência: sujeitos psicológicos como capital social
DOI:
https://doi.org/10.5335/rbceh.v9i1.2200Palavras-chave:
Desenvolvimento humano. Resiliência. Envelhecimento.Resumo
A população brasileira com mais de 65 anos, segundo o censo de 2010, passou, na última década, e 5,9% para 7,4%, o que corresponde a um aumento de 25% dessa faixa etária. O Estatuto do Idoso (2003) pode representar um avanço democrático na construção da cidadania dessa categoria de pessoas, no entanto, o próprio conceito de “idoso” está se transformando e fomentando um novo modo de compreender a pessoa em processo de envelhecimento. Por isso, traz-se o conceito de envelhecência. Este artigo, resultante de pesquisa empírica, busca investigar modos de adaptações psicológicas e sociais de pessoas envelhecentes, analisando possíveis processos de resiliência neles implicados, bem como busca discriminar inserções de pessoas em processo de envelhecimento em setores sociais e econômicos, caracterizando possíveis atuações diretas e indiretas e analisar em que aspectos sociais e psicológicos os envelhecentes gostariam de ser mais bem contemplados, de modo a ampliarem sua qualidade de vida. Entre os resultados da pesquisa aparecem a maior atividade dos envelhecentes, mudanças de mentalidade, aumento na instrução e socialização e incremento na liberdade de ação. Como conclusão, aponta-se que, diferentemente de gerações anteriores, que traziam ao processo de envelhecimento a aposentadoria e o afastamento gradativo do convívio social, as gerações que ora estão experimentando essa fase continuam em plena atividade social, cultural e, por vezes, exercem funções como profissionais de caráter formal e informal. Como as pessoas ficam mais tempo envelhecendo, despontam duas necessidades: de vislumbrar alternativas novas para essa fase da vida e de se ampliar as políticas públicas para atendimento dos direitos civis desses cidadãos.Downloads
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