Gênero, geração e trabalho: modos de vida de idosos/as residentes em zona rural

Resumo

Este artigo traz informações obtidas por meio de pesquisa realizada no âmbito do Núcleo Integrado de Pesquisa em Psico¬logia Social e Saúde da Faculdade Ages, Paripiranga - BA. A proposta referiu-se à investigação dos processos psíquicos do envelhecimento atrelados à realidade do trabalho rural, sob o recorte analítico dos estudos de gênero, buscando-se analisar o significado da velhice e da experiência de envelhecer relacionados ao bem-estar psicossocial, os sentidos que cada idoso atribui ao seu papel ocupacional e à vi¬vência da aposentadoria, investigar de que modo as construções sociais de gênero perpassam esses sentidos, bem como as experiências de trabalho na terceira idade, atreladas à organização familiar e outras situações sociais. As atividades foram de¬senvolvidas na cidade de Paripiranga - BA e foram divididas em três eixos: gênero, geração e trabalho, sendo que aqui o foco recai sobre o recorte analítico de gênero. Foram realizadas 11 entrevistas com ido¬sos, sendo seis homens e cinco mulheres, dos quais oito são moradores/as do cam¬po e três da área urbana, mas apresentam algum vínculo com a zona rural. Para o levantamento de informações, utilizou¬-se um roteiro semiestruturado contendo: 12 questões de identificação pessoal; 17 questões sobre qualidade de vida e pro¬cesso de envelhecimento; sete questões sobre trabalho e aposentadoria; sete ques¬tões sobre gênero e funções familiares. Os aspectos comumente atrelados ao bem¬-estar dos idosos estão na esfera ocupacio¬nal, relacional e de saúde. O trabalho é visto, tanto por idosos homens quanto por idosas mulheres como importante fator de satisfação, em virtude de evitar a ociosi¬dade, bem como para garantir o sustento da família. As mulheres, responsáveis es¬pecialmente pelos cuidados domésticos, continuam a exercê-lo e, por sua vez, trazem um envolvimento mais ativo em atividades fora do lar e em situações de convívio social.