
272
ESPAÇO PEDAGÓGICO
v. 27, n. 1, Passo Fundo, p. 268-276, jan./abr. 2020 | Disponível em www.upf.br/seer/index.php/rep
Este artigo está licenciado com a licença: Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Ângelo Ricardo de Souza
of Bristol, abarcam temáticas muito amplas, pois em tal grupo havia pessoas de
vários lugares do mundo, com contextos muito diversos, portanto, com políticas
educacionais peculiares.
Contudo, como o grupo tem por eixo o debate sobre Globalização e Educação,
tínhamos quase todos uma “amarra” comum: o reconhecimento sobre a influência
das macropolíticas internacionais no desenho de políticas educacionais nacionais
ou locais. No mundo todo, temos observado o crescimento da transferência de res-
ponsabilidades educacionais do Estado para a sociedade civil e/ou a aproximação e
assunção de tarefas educativas por agentes privados, tanto na educação superior,
onde isto é mais evidente, quanto na educação básica.
Assim, estudos sobre planejamento educacional, como o que eu próprio de-
senvolvia, ou sobre livros didáticos, ou sobre financiamento da educação superior,
ou sobre reformas curriculares, ou sobre políticas de formação docente, etc., en-
contrávamos um eixo comum, que mais que supranacional é transnacional, isto é,
alcança aspectos culturais da conformação e organização dos sistemas educativos,
chegando, portanto, às pessoas que atuam em cada classe de aula.
Na Inglaterra, em particular, as discussões sobre a chamada economia do
conhecimento e a força do capital privado na educação superior continuam, as-
sim como a questão da responsabilização docente e a questão dos impactos sobre
a organização escolar provocados pelas políticas de avaliação. Mas, é crescente o
debate sobre educação e questões étnicas, educação e desigualdade, educação e
diversidade, dentre outros temas correlatos, tendo em vista as pressões geradas
pelas demandas sociais como a crise dos refugiados, o número muito elevado de
estrangeiros (e seus filhos que vão à escola) sem o domínio da língua inglesa, etc.
REP – Atualmente, você está desenvolvendo dois projetos de Pesquisa: “Aná-
lise comparada das políticas educacionais nas Américas: contextos, movimentos e
direito à educação” e “Políticas públicas e mudanças sociais”. Ambos os projetos
contam com inúmeros pesquisadores. Conte-nos um pouco destes dois projetos e de
que forma a pesquisa realizada nos PPG em Educação podem contribuir com as
políticas públicas na educação básica?
Ângelo – São dois projetos que articulam grupos de pesquisa. O primeiro
deles, “Análise Comparada das PE...”, congrega pesquisadores do Brasil, Chile,
Argentina, EUA e Uruguai. Este projeto de pesquisa se propõe a investigar com-
parativamente os movimentos da macropolítica e suas decorrências no alcance