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ESPAÇO PEDAGÓGICO
Este artigo está licenciado com a licença: Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
O bem-estar subjetivo de professores: uma investigação em tempos de pandemia
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O bem-estar subjetivo de professores: uma investigação em tempos de pandemia
The subjective well-being of teachers: an investigation in times of pandemic
El bienestar subjetivo de los docentes: una investigación en tiempos de pandemia
Luiz Gonzaga Lapa Junior*
Resumo
As pandemias, como a da Covid-19, afetam uma quantidade relativamente grande de pessoas e impõem novas
regras e novos hábitos sociais para a população mundial. O distanciamento social e o fechamento de escolas,
bem como a nova forma de o docente trabalhar, podem promover mudanças no sistema emocional. O objetivo
deste estudo foi investigar o bem-estar subjetivo (BES) em docentes de três municípios de Goiás. Participaram
481 docentes, com idades entre 25 e 64 anos, sendo 319 do gênero feminino (66,3%). Utilizou-se a escala de
bem-estar subjetivo (EBES) de Albuquerque e Tróccoli (2004). Apesar dos momentos de pandemia, os resultados
apontam a predominância de afetos positivos e uma indenição quanto à satisfação com a vida. Destacam-se
os afetos negativos apresentando uma correlação direta com satisfação com a vida (r=0,206, ρ< 0,01), e o fator
geral do BES teve uma forte correlação positiva com os afetos negativos (r=0,721, ρ< 0,01). Investigar o BES de
docentes é importante no campo da Educação, para o planejamento de ações e políticas públicas referentes à
saúde coletiva e à felicidade desses sujeitos.
Palavras-chave: bem-estar subjetivo; docentes; afetividade; satisfação com a vida.
Abstract
Pandemics, like that of Covid-19, aect a relatively large number of people and impose new social rules and
habits on the world population.Social distanceand school closings, as well as the new way for teachers to work,
can promote changes in their emotional system.The objective of this study was to investigate the subjective
well-being (BES) in teachers from three municipalities in Goiás. 481 teachers participated, aged between 25 and
64 years, in which 319 are female (66.3%).The Subjective Well-Being Scale (EBES) of Albuquerque and Tróccoli
(2004) was used. Despite the pandemic moments, the results point to the predominance of positive aects and
an uncertainty regarding satisfaction with life. Negative aects stand out, presenting a direct correlation with life
satisfaction (r= 0.721,ρ <0.01) and the general BES factor had a strong positive correlation with negative aects
(r= 0.721,ρ <0.01).Investigating the subjective well-being of teachers is important in the eld of Education for
planning public actions and policies regarding the collective healthand happiness of these subjects.
Keywords: subjective well-being; teachers; aection; satisfaction with life.
* Mestre e doutor em Educação pela Universidade de Brasília (UnB), participante de grupos de pesquisa pela UnB e
pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Tem experiências docentes nas redes pública e particular de educação
básica pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, bem como no ensino superior dessa localidade.
Orcid: https://orcid.org/000-0003-3488-947X. E-mail: lapalipe@gmail.com
Recebido em: 30/10/2020 – Aprovado em: 27/11/2021
http://dx.doi.org/10.5335/rep.v28i3.11808
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Resumen
Las pandemias, como la Covid-19, afectan a un número relativamente grande de personas e imponen nuevas
reglas y hábitos sociales para la población mundial.El distanciamiento social y el cierre de escuelas, así como la
nueva forma de trabajar de los docentes, pueden promover cambios en su sistema emocional.El objetivo de este
estudio fue investigar el bienestar subjetivo (BES) de docentes de tres ciudades de Goiás, participaron un total
de 481 docentes, con edades comprendidas entre los 25 y los 64 años, de los cuales 319 eran mujeres (66,3%).Se
utilizó la Escala de Bienestar Subjetivo (EBES) de Albuquerque y Tróccoli (2004). A pesar de los momentos de La
pandemia, los resultados muestran el predomínio de afectos positivos y una indenición sobre La satisfacción
con la vida. Se destacan los afectos negativos, que muestran una correlación directa con la satisfacción con la
vida (r= 0,206,ρ <0,01) y el factor general de la BES tuvo una fuerte correlación positiva con los afectos negativos
(r= 0,721,ρ <0,01).Investigar el bienestar subjetivo de los docentes es importante en el campo de la Educación
para planicar acciones y políticas públicas en torno a la salud y felicidad colectiva de estos sujetos.
Palabras clave: bienestar subjetivo;maestros;afecto;satisfacción con la vida.
Introdução
Vivenciamos momentos de fragilidade e possível perda de identidade com o
confinamento imposto pela Covid-19. Muitos indivíduos afloraram sentimentos e
ações como cooperação, solidariedade, medo, ansiedade, solidão, companheirismo,
entre outros. Independentemente das funções desempenhadas, as pessoas reduzi-
ram drasticamente o contato físico com o próximo. A repercussão da Covid-19 teve
impactos sociais, econômicos, políticos, culturais e históricos para a humanidade.
Possivelmente, muitas pessoas podem vir a desenvolver algum tipo de problema
de saúde mental durante a pandemia. Situações como isolamento social, medo do
contágio, luto pela perda de pessoas conhecidas, restrições de mobilidade, falta
de trabalho, perdas financeiras relacionadas ao desemprego e novos desafios nas
atividades diárias apontam possíveis sequelas na saúde mental e no bem-estar
psicossocial dos indivíduos.
No cenário pré-pandemia a saúde docente chamava a atenção da sociedade
para o sofrimento e o mal-estar decorrentes do trabalho. A análise da atividade
docente revelou um processo de intensificação do trabalho (ARAÚJO et al., 2019).
Nessa ótica, Araújo et al. (2019, p. 5) comentam:
Tal característica relaciona-se ao processo de precarização social do trabalho, que envolve
precarização econômica (condições salariais, jornada de trabalho, contrato) e precarização das
condições de trabalho (mudanças na organização e processo produtivo com o uso de novas fer-
ramentas e modelos de gestão flexível que alteram as rotinas laborais e as formas de controle).
A fragilização emocional dos docentes ficou mais evidenciada no processo de
pandemia da Covid-19. A rotina alterou o modo como as aulas são preparadas, bem
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como evidenciamos uma grande cobrança por produtividade. Em paralelo, há a rea-
lidade em lidar com diferentes recursos tecnológicos para a produção de aulas, re-
uniões online com gestores, elaboração e correção de inúmeras atividades, pensar e
descobrir novas metodologias, manter o maior quantitativo de alunos concentrados
em um ambiente virtual por turma, e todo esse processo tem que ser incorporado às
novas práticas docentes. Os trabalhos domésticos e os cuidados com a família são
ações incorporadas às outras exigências. Vivenciar essas demandas e manter a saú-
de mental satisfatória é o desafio para os docentes. Assim, no atual panorama so-
cial, torna-se significativo analisar o bem-estar afetivo dos docentes e compará-lo ao
estado emocional, para implantar projetos interventivos nas instituições de ensino.
Diversos estudos buscam compreender o bem-estar dos indivíduos, seja como
sinônimo de saúde, felicidade ou por conceitos que “buscam dar conta de uma mul-
tiplicidade de dimensões discutidas nas chamadas abordagens gerais ou holísticas”
(TEIXEIRA; PEREIRA; SANTOS, 2012). No sentido de saúde, Diener e Chan (2011)
confirmam que o bem-estar influencia tanto a saúde como a longevidade. Pesquisas
apontam que o bem-estar positivo relaciona-se às baixas taxas de mortalidade em pa-
cientes com HIV e insuficiência renal (CHIDA; STEPTOE, 2008). De forma inversa, as
emoções negativas podem fortalecer doenças cardiovasculares (SULS; BUNDE, 2005).
Como sinônimo de felicidade, Siqueira e Padovam (2008), entre outros, usam o concei-
to de bem-estar subjetivo (BES). A felicidade também é definida como emoção positiva
duradoura revestida de estabilidade (CONTRERAS; ESGUERRA, 2006), como um
estado emocional, subjetivamente definido por uma pessoa (SNYDER; LOPEZ, 2009).
Neste trabalho, o estudo do BES busca compreender a avaliação que as pes-
soas fazem de suas vidas (ALBUQUERQUE; TRÓCCOLI, 2004). O alto nível de
BES é um estado que muitos indivíduos desejam, alguns alcançam e poucos des-
prezam como sendo um luxo desnecessário para si (DIENER; CHAN, 2011). Dada
a estreita relação do BES como algo desejável e benéfico à saúde e à felicidade,
torna-se importante analisar a afetividade dos docentes, prioritariamente neste
momento de doença coletiva.
Para compreender como estão as emoções de professores e professoras nos as-
pectos pessoais durante o isolamento social, foi realizada uma pesquisa com docen-
tes da rede pública de ensino da educação básica em municípios de Goiás. O obje-
tivo desta pesquisa visou compreender o estado emocional do corpo docente desses
municípios, para a implantação de projetos interventivos intentando melhorias no
processo de acolhimento e auxílio para a produção de metodologias diferenciadas
nas diversas áreas do conhecimento.
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Estudos do bem-estar subjetivo
Continuamente, os indivíduos fazem avaliações acerca de suas vidas e geram
emoções prazerosas ou desgostosas. Essas emoções afetam atitudes e comportamen-
tos, e estes podem ser indicadores do bem-estar das pessoas. Diversos autores citam
o bem-estar como o funcionamento positivo ou a experiência e o funcionamento psico-
lógico positivo (RYFF, 1989; RYAN; DECI, 2001; DECI; RYAN, 2008; WATERMAN,
1993). Outros o descrevem como experiências de prazer e desprazer construídas pelas
pessoas para julgar sobre o que é bom ou mau em suas vidas (RYAN; DECI, 2001).
O bem-estar subjetivo (BES) tem um amplo conceito e inclui duas dimensões cor-
relacionadas entre si: uma cognitiva (satisfação com a vida) e outra afetiva (positivos e
negativos). É uma área que integra conceitos como a qualidade de vida e o afeto. O BES
vem sendo pesquisado e mensurado em diversas culturas no mundo. As investigações
sobre o tema o coloca sob os olhares de várias áreas da Psicologia, como Psicologia
Social, Psicologia da Saúde e Psicologia Clínica (GALINHA, 2008), além da Educação.
Para Nascimento, Taissun e Martins (2019, p. 245), o BES engloba amplas
avaliações, “como julgamentos de satisfação consigo mesmo, com a própria saúde
e com sentimentos específicos que refletem como as pessoas estão reagindo aos
eventos e circunstâncias correspondentes”. Os autores também comentam:
Em síntese, a dimensão cognitiva refere-se ao julgamento da satisfação global com a vida e
da satisfação com seus diferentes domínios, como trabalho e família. A dimensão afetiva se
refere às reações emocionais aos eventos e circunstâncias e são compostas por afetos posi-
tivos (alegria, contentamento), bem como por afetos negativos (culpa, vergonha, tristeza).
Nesse sentido, um bom nível de bem-estar subjetivo ocorre quando o indivíduo reconhece
um elevado nível de satisfação global com a vida, assim como um balanço positivo da vivên-
cia de afetos positivos e negativos.
O termo felicidade é utilizado na área de estudo sobre o bem-estar como sinôni-
mo de BES, pois enfatiza a felicidade como busca pelo prazer – aquilo que minimiza
o sofrimento, proporciona uma vida prazerosa e favorece a satisfação com a vida
(SNYDER; LOPEZ, 2009). O bem-estar subjetivo satisfatório é definido pela pre-
dominância de experiências de afetos positivos, baixos índices de afetos negativos
e elevada satisfação com a vida. Assim, o BES não somente é influenciado pela au-
sência dos afetos negativos, como também necessita da vivência de afetos positivos.
Com relação ao bem-estar e à saúde, Ryff, Singer e Love (2004) demonstra-
ram que níveis altos de bem-estar estão associados positivamente às melhorias em
doenças, como cardiovasculares e processos inflamatórios crônicos, por exemplo.
O olhar sobre a saúde se remete à relação entre indivíduo e trabalho, cujos resul-
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tados buscam a satisfação nas atividades desenvolvidas. Quando os indivíduos se
encontram desmotivados na sua profissão, sentem-se desvalorizados por contínuos
acréscimos de exigências profissionais, constante contato com violência e indisci-
plina, os níveis de bem-estar reduzem. Surgem o esgotamento, a fadiga, o descon-
tentamento e o desencanto pelo trabalho (ARAÚJO et al., 2019).
Gill e Feinstein (1994) explicam que a qualidade de vida não se relaciona
somente aos fatores relacionados à saúde, mas também a trabalho, família, cir-
cunstância de vida, entre outros. Dessa forma, “o elemento subjetivo é essencial
na avaliação da qualidade de vida de um indivíduo ou de um grupo (ALBUQUER-
QUE; TRÓCCOLI, 2004, p. 154). Estudos envolvendo o BES englobam indicadores
afetivos de felicidade e de qualidade de vida. Assim, diversos estudiosos concordam
que o BES engloba três dimensões: satisfação com a vida, afetos positivos e afetos
negativos (RYAN; DECI, 2001; DECI; RYAN, 2008; RYFF; KEYES; SHMOTKIN,
2002; ALBUQUERQUE; TRÓCCOLI, 2004).
Albuquerque e Tróccoli (2004, p. 154) comentam que o afeto positivo “é um con-
tentamento hedônico puro experimentado em um determinado momento como um
estado de alerta, de entusiasmo e de atividade”, como um estado emocional, um sen-
timento transitório de prazer ativo. Os autores citam que o afeto negativo refere-se “a
um estado de distração e engajamento desprazível que também é transitório, mas que
inclui emoções desagradáveis como ansiedade, depressão, agitação, aborrecimento”
(2004, p. 154). A dimensão satisfação com a vida é um processo de avaliação da pró-
pria vida do indivíduo de acordo com critérios próprios. Dessa forma, “o julgamento da
satisfação depende de uma comparação entre as circunstâncias de vida do indivíduo e
um padrão por ele escolhido” (ALBUQUERQUE; TRÓCCOLI, 2004, p. 154).
Para a mensuração do BES, utilizam-se diversas escalas, geralmente com uso
de autorrelato, em que o indivíduo julga a satisfação que possui com relação à
sua vida e relata a frequência de recentes emoções afetivas de prazer e desprazer
(DIENER; OISHI; LUCAS, 2003 apud ALBUQUERQUE; TRÓCCOLI, 2004). Esta
pesquisa utilizou uma escala brasileira de mensuração, a escala de bem-estar sub-
jetivo (EBES), de Albuquerque e Tróccoli (2004), composta de itens representativos
dos fatores satisfação com a vida e afeto positivo e negativo.
Metodologia
Trata-se de uma investigação quantitativa de pesquisa survey para a coleta
de dados e informações sobre o bem-estar de docentes da educação básica em mu-
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nicípios de Goiás durante o período de pandemia. A participação foi voluntária,
mantendo o anonimato dos participantes.
Participantes
A amostra consistiu de 481 docentes (319 do gênero feminino, 66,3% do to-
tal), com idades entre 25 e 64 anos, a maioria apresentou estado civil casado(a)
(54,9%), 42,8% pertencem à religião católica, 62,8% possuem pós-graduação com
especialização, 62,4% atuam no ensino médio. A descrição demográfica detalhada
da amostra se encontra na Tabela 1.
Tabela 1 – Dados demográficos da amostra (N = 481)
Variável Descrição Frequência Porcentagem
Gênero Feminino 319 66,3
Masculino 162 33,7
Estado civil
solteiro(a) 145 30,1
casado(a) 264 54,9
separado(a) 10 2,1
divorciado(a) 54 11,2
viúvo(a) 8 1,7
Faixa etária
20 a 29 59 12,3
30 a 39 144 29,9
40 a 49 183 38,0
50 a 59 81 16,8
60 a 69 14 2,9
Religião
Católica 206 42,8
Budista 1 0,2
Espírita 21 4,4
Evangélica 167 34,7
Umbanda 8 1,7
Candomblé 0 0,0
Outra 78 16,2
Escolaridade
Curso superior completo 141 29,3
Pós-graduação (especialização) 302 62,8
Mestrado (em andamento) 18 3,7
Mestrado 15 3,1
Doutorado (em andamento) 3 0,6
Doutorado 2 0,45
Nível de ensino
Ensino fund. (anos iniciais) 9 1,9
Ensino fund. (anos finais) 136 28,3
Ensino médio 300 62,4
EJA* 36 7,5
Formação acadêmica
Pedagogia 33 6,8
Humanas e Sociais 103 21,4
Ciências da Natureza 86 17,9
Linguagens e Códigos 150 31,2
Matemática 95 19,8
Outra 14 2,9
Fonte: elaboração do autor.
* Educação de Jovens e Adultos.
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Instrumentos
Foram utilizados a EBES (ALBUQUERQUE; TRÓCCOLI, 2004) e um ques-
tionário sociodemográfico, para caracterizar o perfil dos docentes e identificar suas
relações com o BES. O EBES é composto por duas subescalas tipo Likert de cinco
pontos com 62 itens distribuídos nas três dimensões – afetos positivos, afetos ne-
gativos e satisfação com a vida. A primeira subescala trata dos afetos positivos e
negativos, contendo 47 itens, em que a tarefa do docente é responder como tem se
sentido ultimamente, variando de 1 (nem um pouco) a 5 (extremamente). Exem-
plifica-se como variáveis: “entusiasmado” ou “incomodado”. Na segunda subescala,
a dimensão da qualidade de vida é constituída por 15 itens com assertivas sobre
a vida atual dos docentes. Exemplificam-se como variáveis: “estou satisfeito com
minha vida” e “minha vida poderia estar melhor”, com uma escala que varia de 1
(discordo plenamente) a 5 (concordo plenamente).
Procedimentos
O formulário foi elaborado no Google Forms e distribuído ao corpo docente dos
municípios, sob a coordenação das respectivas equipes pedagógicas. Inicialmente,
deu-se o prazo de duas semanas para o preenchimento do instrumento, sendo pror-
rogado por mais uma semana. Os dados foram analisados pelo programa Statisti-
cal Package for the Social Sciences (SPSS), versão 23.
A EBES mostrou-se um instrumento válido e preciso para o uso e a avaliação
do BES em docentes, atendendo à recomendação dos autores Diener et al. (1999)
sobre a construção de instrumentos de medida de BES que avaliem separadamente
seus componentes (SANTOS, 2012; MEDEIROS, 2019).
Resultados
Os resultados indicam que os docentes apresentaram maiores médias (M)
para os aspectos afetivos positivos (M=3,18) do que os negativos (M=2,34). Os três
afetos positivos que apresentaram maior intensidade foram: ativo (M=3,59), aten-
to (M=3,51) e amável (M=3,44); enquanto os de menor intensidade foram: esti-
mulado (M=2,84), empolgado (M=2,83) e vigoroso (M=2,79). De forma inversa, os
três afetos negativos com maior presença foram: preocupado (M=3,25), apreensivo
(M=2,93) e aflito (M=2,84); e os com menor presença foram: transtornado (M=1,73),
envergonhado (M=1,63) e agressivo (M=1,54).
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Relações entre afetividade, satisfação com a vida e variáveis sociodemográcas
Encontramos diferenças nas médias dos afetos positivos entre os gêneros, in-
dicados na Tabela 2, contendo os três afetos com as maiores intensidades. O estudo
apontou que os três principais afetos negativos demonstrados pelos docentes foram
os mesmos entre os gêneros, diferenciando apenas no índice geral da média.
Tabela 2 – Os três principais afetos positivos e negativos entre os gêneros
Gênero Afeto positivo (M) Afeto negativo (M)
Feminino
amável (3,46) preocupado(a) (3,31)
decidido(a) (3,39) apreensivo(a) (2,98)
determinado(a) (3,38) aflito(a) (2,94)
Masculino
ativo(a) (3,65) preocupado(a) (3,12)
atento(a) (3,63) apreensivo(a) (2,82)
interessado(a) (3,57 aflito(a) (2,64)
Fonte: elaboração do autor.
Demonstra-se, pelas técnicas de ANOVA e Teste-t, que o gênero masculino
apresentou predominância nos aspectos afetivos positivos [t(479)= -3,56, p<0,01], ou
seja, os homens demonstraram maior afetividade positiva que as mulheres. Pelas
estatísticas, há indícios de que os participantes das faixas etárias de 20 a 29 anos e
40 a 49 anos possuem maior satisfação com a vida do que os da faixa etária de 50 a
59 anos. Da mesma forma, docentes com mestrado ou doutorado e os que atuam no
ensino fundamental (anos iniciais) indicam expressar maior satisfação com a vida.
É interessante relatar os afetos prioritários entre as faixas etárias, indicando
possíveis características de suas emoções nestes momentos de pandemia. Enquanto
os docentes mais jovens demonstram preocupação, os de maior idade demonstram
priorizar a atenção. A crise gerada pelo novo coronavírus tem um forte impacto na
vida de jovens pela perda da intensa rotina diária, desde a vida profissional até os
momentos de lazer com amigos e família. Para os de maior idade, provavelmente
a intensa divulgação da fragilidade e consequências práticas da Covid-19, desde o
início da pandemia, tenha promovida emoções de cautela. O Quadro 1 apresenta os
afetos mais frequentes e prioritários indicados por faixas etárias.
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Quadro 1 – Afetos prioritários dos docentes por faixa etária
Faixa etária Afetos percebidos
(ordem de prioridade por médias)
20 a 29 anos preocupado(a), atento(a), ativo(a), produtivo(a), ansioso(a)
30 a 39 anos ativo(a), decidido(a), atento(a), interessado(a), preocupado(a)
40 a 49 anos ativo(a), atento(a), decidido(a), amável, preocupado(a)
50 a 59 anos amável, ativo(a), decidido(a), determinado(a), preocupado(a)
60 a 69 anos atento(a), determinado(a), interessado(a), disposto(a), preocupado(a)
Fonte: elaboração do autor.
Avaliaram-se os aspectos descritivos das dimensões da EBES, sendo os re-
sultados apresentados na Tabela 3. A maior média foi obtida pelo fator dos afetos
positivos seguido pelo fator da satisfação com a vida. A menor média foi obtida
pelo fator dos afetos negativos. Em geral, os docentes apresentaram um bem-estar
subjetivo moderado.
Tabela 3 – Estatística descritiva das dimensões da EBES
Dimensões Média Desvio-padrão Mínimo Máximo
EBES – fator geral 2,80 0,34 1,77 4,00
Afetos positivos 3,18 0,71 1,10 5,00
Afetos negativos 2,34 0,80 1,00 4,77
Satisfação com a vida 3,07 0,26 2,33 4,13
Fonte: elaboração do autor.
A avaliação de fidedignidade da EBES foi analisada pelo Coeficiente de Alpha
de Cronbach, obtendo o valor de 0,963, o teste de esfericidade de Bartlett com um
Qui-Quadrado de 22442,353 (sig.<0,000), sendo considerado alto e adequado para
as análises. Para medir o grau de relacionamento entre as variáveis da EBES, uti-
lizou-se a técnica estatística de correlação com aplicação do índice de correlação
de Pearson (r), conforme Tabela 4. As correlações, na maioria, foram positivas e
significativas (ρ< 0,01), apenas a correlação entre afetos positivos e satisfação com a
vida não obteve significância (ρ> 0,05). O fator geral da EBES teve uma forte corre-
lação positiva com os afetos negativos (r=0,721, ρ< 0,01), e, como esperado, os afetos
positivos e negativos obtiveram correlação moderada negativa (r= -0,424, ρ< 0,01).
Tabela 4 – Correlações entre as dimensões da EBES
Dimensões 1 2 3 4
1 EBES – fator geral 1
2 Afetos positivos 0,301** 1
3 Afetos negativos 0,721** -0,424** 1
4 Satisfação com a vida 0,437** 0,072 0,206** 1
Fonte: elaboração do autor.
** ρ< 0,01.
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Para verificar as relações entre os itens da dimensão da EBES, realizou-se
uma análise de escalonamento multidimensional (MDS). Foram usadas transfor-
mações intervalares, com medida de dissimilaridade por distância euclidiana e a
transformação de dados em escores-Z. A Figura 1 apresenta a projeção bidimen-
sional do MDS para os 62 itens da EBES, com o índice de Stress-1 de 0,157, com
índice de dispersão (DAF) de 0,975 e o coeficiente de congruência de Tucker (TCC)
de 0,987. Esses resultados indicam que a projeção representa bem o ordenamento
dos itens decorrentes da EBES.
Figura 1 – MDS dos itens da EBES
Fonte: SPSS, v. 23.
P = afetos positivos; N = afetos negativos; Q = satisfação com a vida.
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Em termos gerais, o MDS corrobora a distribuição dos itens da EBES, exceto
alguns itens de satisfação com a vida terem se aproximado dos afetos negativos,
corroborando os resultados de correlação entre essas duas dimensões. Essa apro-
ximação é um indicativo do estado emocional dos docentes, qual seja que, nestes
momentos vivenciados na pandemia, o sistema emocional encontra-se fragilizado
por preocupações e medos, colocando os estados de apreensão e aflição, entre ou-
tros, presentes no cotidiano.
Relações entre afetividade e satisfação com a vida
A satisfação com a vida é um julgamento cognitivo de alguns domínios espe-
cíficos na vida, como saúde, trabalho, condições de moradia, relações socais, auto-
nomia, ou seja, um processo de juízo e avaliação geral da própria vida de acordo
com critérios próprios (SILVEIRA et al., 2015). Para Albuquerque e Tróccoli (2004),
satisfação reflete, em parte, o BES individual, ou seja, o modo e os motivos que
levam as pessoas a viverem suas experiências de vida de maneira positiva.
Dessa forma, foram efetuadas as correlações entre os itens de satisfação com
a vida e afetos. Por questão de espaço, consideram-se as duas maiores correlações
entre as variáveis, conforme no Quadro 2.
Quadro 2 – Correlações entre os itens de satisfação com a vida e os afetos da EBES
(continua...)
Descrição Afeto Correlação
Estou satisfeito com minha vida bem 0,342**
entusiasmado(a) 0,289**
Tenho aproveitado as oportunidades da vida decidido(a) 0,323**
determinado(a) 0,364**
Avalio minha vida de forma positiva empolgado(a) 0,380**
entusiasmado(a) 0,386**
Sob quase todos os aspectos minha vida está longe do meu ideal
de vida
desanimado(a) 0,289**
nervoso(a) 0,285**
Mudaria meu passado se eu pudesse chateado(a) 0,275**
agressivo(a) 0,307**
Tenho conseguido tudo o que esperava da vida contente 0,315**
entusiasmado(a) 0,285**
A minha vida está de acordo com o que desejo para mim contente 0,316**
bem 0,310**
Gosto da minha vida inspirado(a) 0,314**
bem 0,404**
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Minha vida está ruim deprimido(a) 0,422**
aborrecido(a) 0,411**
Estou insatisfeito com minha vida bem - 0,354**
nervoso(a) 0,358**
Minha vida poderia estar melhor ansioso(a) 0,227**
irritado(a) 0,233**
Tenho mais momentos de tristeza do que de alegria na minha vida deprimido(a) 0,526**
triste 0,503**
Minha vida é “sem graça” deprimido(a) 0,467**
triste 0,470**
Minhas condições de vida são muito boas bem 0,225**
agressivo(a) - 0,157**
Considero-me uma pessoa feliz alegre 0,427**
bem 0,461**
Fonte: elaboração do autor.
** Nível de significância de 0,01.
Considerações nais
O objetivo deste estudo foi compreender o estado emocional de professoras e
professores de municípios de Goiás, nos momentos da pandemia da Covid-19, uti-
lizando a escala de bem-estar subjetivo (EBES) de Albuquerque e Tróccoli (2004).
Muitos são os olhares para esses profissionais, mas poucos são os estudos englo-
bando a afetividade e a satisfação com a vida. A EBES mostrou atender satisfato-
riamente aos interesses da pesquisa, composta pelas duas dimensões: afetividade
(afetos positivos e negativos) e satisfação com a vida.
Os resultados apontaram que, em geral, o(a) professor(a) tem dúvida sobre
sua qualidade de vida. Os participantes demonstraram nem discordar, nem con-
cordar com as opções da pesquisa sobre o nível de satisfação ou insatisfação sobre a
própria vida. Esse particular é uma indicação de que, nos momentos de pandemia,
os docentes não têm certeza nem segurança do porvir. Incluem-se, possivelmente,
o uso compulsório dos novos recursos tecnológicos e a brusca mudança nas ativida-
des diárias.
A fragilidade da saúde mental dos docentes durante o isolamento social e a
pandemia é evidenciada por meio dos frequentes resultados apontando momentos
de infelicidade e insatisfação na qualidade de vida. As adversidades na saúde men-
tal podem causar a sensação de pânico, evidenciando aborrecimentos e desprazeres
na vida. Torna-se prudente ponderar as possíveis consequências decorrentes desse
(conclusão)
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estado emocional dos docentes no momento de retorno às atividades escolares pre-
senciais. No retorno presencial, é fundamental que os docentes estejam em condi-
ções satisfatórias, aceitáveis e adequadas de saúde, para manterem o contato com
os estudantes e promoverem a continuidade da formação acadêmica e a preparação
para a vida.
Diante disso, verifica-se a contribuição desta pesquisa para a construção de
uma percepção mais complexa acerca do bem-estar subjetivo dos docentes, desta-
cando-se a relação entre os aspectos positivos e negativos do funcionamento psí-
quico, como também trazendo uma discussão interdisciplinar sobre a saúde mental
coletiva, considerando-se a relevância de aspectos psicológicos, sociais, cognitivos e
institucionais sobre a situação investigada.
Acerca da realização de novos estudos, ressalta-se a importância de abranger-
-se tal pesquisa também para os docentes de outras regiões do país, bem como de
discentes. Fato este que possibilitaria uma avaliação global acerca dos indicadores
do bem-estar de profissionais da educação e alunos das instituições e, assim, pro-
porcionaria o desenvolvimento de ações de promoção de saúde mental e bem-estar
para toda a comunidade educacional. Em paralelo, recomenda-se a construção de
projetos interventivos com o corpo docente, visando, entre outros aspectos, o aco-
lhimento coletivo (autoestima e confiança) e orientações para produção de aulas
mais criativas, por meio de metodologias diferenciadas para todas as áreas do co-
nhecimento.
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