
Kátia Aparecida da Silva Aquino, Saulo de Tárcio Gomes do Nascimento, José Antônio Bezerra de Oliveira
610
v. 29, n. 2, Passo Fundo, p. 599-617, maio/ago. 2022 | Disponível em www.upf.br/seer/index.php/rep
inicialmente trabalhar a letra da canção “Planeta água” interpretada pelo cantor Gui-
lherme Arantes, por exemplo, com o intuito de se buscar uma relação entre a visão
poética do compositor sobre a origem da água e como ela é disposta no mundo, que
pode ser representada na forma de fluxograma. A escolha do fluxograma nesta atividade
tem por finalidade buscar evidências de formação de novos conceitos e como estes estão
sendo organizadas na estrutura cognitiva do aprendiz.
Já a ação 2 é destinada para apresentar o conceito de biodiversidade aquática,
buscando relacionar os conceitos químicos sobre pH e a sua ação no meio ambiente
marinho. Esta etapa pode ter a intervenção dos professores dos componentes curricu-
lares de Química e Biologia para, por meio de aulas expositivas e dialogadas, apresentar
e discutir os objetos de conhecimento inerentes à temática aborda na UEPS.
Também é sugerida a utilização de perguntas problematizadoras nas ações 1 e 2,
as quais podem criar um ambiente propício a reflexões e ao pensamento crítico, que
possibilita, aproximações entre o conteúdo conceitual e a vivência do aprendiz, os mo-
tivando a construírem o conhecimento de forma ativa. Nesta ocasião, o professor tem
um papel crucial na escolha da pergunta problematizadora, que permita que o conhe-
cimento seja reestruturado por meio da negociação de significados para que sejam então
assimilados e acomodados na perspectiva da promoção de uma ASC.
Antes da etapa de reconciliação integrativa, temos uma etapa importante que
serve de aprofundamento, a etapa de visa a aplicação de uma situação-problema com-
plexa (etapa E). Nesta etapa a sugestão é o uso da experimentação que pode ser
desenvolvida através da mediação do pH da água proveniente de vários locais (casa,
escola, rios, praia, etc) através de materiais simples como uma fita indicadora de pH,
suco de repolho roxo, etc. A experimentação é um momento rico de observação e dis-
cussões que privilegia o pensamento crítico e reflexivo, propiciando a motivação,
deixando a aula mais prazerosa e mais dinâmica.
É importante destacar que boas atividades experimentais se fundamentam na solução de proble-
mas, envolvendo questões da realidade dos alunos, que possam ser submetidos a conflitos
cognitivos. Desta forma, o ensino de Ciências, integrando teoria e prática, poderá proporcionar
uma visão das Ciências como uma atividade complexa, construída socialmente, em que não existe
um método universal para resolução de todos os problemas, mas uma atividade dinâmica, inte-
rativa, uma constante interação de pensamento e ação (ROSITO, 2003, p. 208).
Na etapa de Reconciliação Integrativa (Etapa F) é esperado que os estudantes
tenham formados novos significados conceituais a partir da interação entre os subsun-
çores e os novos conhecimentos. Neste cenário, o estudante seria capaz de analisar um
contexto através de semelhanças e diferenças conceituais, com a elaboração de novos