
Maria Aparecida Monteiro Deponti, Ana Marli Bulegon
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v. 29, n. 2, Passo Fundo, p. 556-574, maio/ago. 2022 | Disponível em www.upf.br/seer/index.php/rep
Aprendizagem significativa é o conceito mais importante da TAS e, segundo Au-
subel (1978), é o processo pelo qual uma nova informação se relaciona com um aspecto
relevante da estrutura cognitiva do indivíduo. Este conceito, contrapõe as ideias beha-
vioristas em que o professor transmitia o conhecimento e os alunos o traduziam e
acumulavam com o objetivo de reprodução (AGRA et al., 2019).
Para Moreira (2010, p. 2):
Aprendizagem Significativa é aquela em que ideias expressas simbolicamente interagem de ma-
neira substantiva e não-arbitrária com aquilo que o aprendiz já sabe. Substantiva quer dizer não-
literal, não ao pé-da-letra, e não-arbitrária significa que a interação não é com qualquer ideia
prévia, mas sim com algum conhecimento especificamente relevante já existente na estrutura
cognitiva do sujeito que aprende.
A aprendizagem significativa “[...] ocorre quando há uma interação cognitiva, ou
seja, uma interação entre um ou mais aspectos da estrutura cognitiva e o(s) novo(s)
conhecimento(s)” (MASINI; MOREIRA, 2017, p. 24) e ancora-se em conceitos que
são específicos e relevantes na estrutura cognitiva do indivíduo, os subsunçores
(MOREIRA, 2010), cuja função é possibilitar novos significados aos conhecimentos
que estão sendo apresentados ou descobertos (AGRA et al., 2019). Portanto, faz-se
necessário utilizar conhecimentos existentes na estrutura cognitiva do estudante a fim
de sustentar as novas informações de forma duradoura traduzindo-se, assim, em apren-
dizagem significativa.
Ademais, a ocorrência da aprendizagem significativa (AUSUBEL, 2003;
MOREIRA, 2010; MOREIRA; MASINI, 2001) está condicionada a:
• materiais instrucionais potencialmente significativos, ou seja, não arbitrários e que façam sen-
tido para o aprendiz de forma que a interação de significados ocorra por meio de um
conhecimento prévio específico e relevante existente na estrutura cognitiva do estudante.
• predisposição para aprender, significa ter uma disposição de relacionar-se com o novo mate-
rial, independente da razão, de forma não arbitrária e não literal. O aprendiz precisa
manifestar a intenção de relacionar os novos conhecimentos com os conhecimentos prévios a
fim de torná-los mais completos e elaborados, sendo possível estabelecer relações e atribuir
significados (AGRA et al., 2019).
Em termos de materiais instrucionais, é possível destacar o uso de organizadores
prévios como uma estratégia proposta por Ausubel para manipular a estrutura cognitiva
com a função de “[...] preencher a lacuna existente entre o que o aluno já conhece e o
que precisa saber, antes de aprender a tarefa de forma imediata e com bons resultados”
(AUSUBEL, 1978, p. 179, tradução nossa).
Segundo Agra et al. (2019, p. 263), o organizador prévio é