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Diálogo com a Dra. Tatiana Bolívar Lebedeff
Rosimar Serena Siqueira Esquinsani
*
O primeiro número da Revista Espaço Pedagógico do Programa de Pós-Gradu-
ação em Educação (PPGEdu) da Universidade de Passo Fundo (UPF) de 2022 tem
como tema do dossiê Políticas de educação especial inclusiva que vem ganhando des-
taque nas políticas de educação, sobretudo, nas últimas três décadas. Para contribuir
com o debate sobre o tema contamos com as reflexões e experiências da professora-
doutora Tatiana Lebedeff, atualmente vinculada à Universidade Federal de Pelotas.
Com um profundo conhecimento na área e uma vasta experiência profissional, traz
elementos para aprofundar questões pertinentes ao tema do dossiê. A Revista Espaço
Pedagógico agradece as contribuições da professora Tatiana e ao trabalho da professora-
doutora Rosimar Serena Siqueira Esquinsani do PPGEdu da Universidade de Passo
Fundo na construção desse diálogo.
REP Qual a sua história com a educação especial? Qual a origem do seu encanta-
mento pelo tema e da pauta que defende?
Dra. Tatiana Bolívar Lebedeff Eu estava prestes a prestar vestibular, era o ano de
1984 e eu precisava decidir “o que fazer e para onde ir”, já que na minha cidade não
tínhamos Universidade. Minha primeira opção era Psicologia. Entretanto, a única ins-
tituição pública que ofertava o curso no Rio Grande do Sul era a UFRGS e, na época,
meu pai achava a cidade muito violenta para uma menina de 17 anos. Estudando as
opções acabei me interessando pelo Curso de Licenciatura em Educação Especial, da
UFSM. Posteriormente ingressei em Psicologia na UFF e, depois, pedi transferência
Recebido em: 25/05/2022 - Aprovado em: 05/06/2022
https://doi.org/10.5335/rep.v29i1.13866
ISSN on-line: 2238-0302
*
Possui graduação em História pela Universidade de Passo Fundo (1993); graduação em Pedagogia pela
Faculdade Anglo-Americano de Chapecó/SC (2016); Mestrado em Educação pela Universidade de Passo
Fundo (2000); Doutorado em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos / UNISINOS (2004) e
Pós-Doutorado em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2010). É professora Titular III da
Universidade de Passo Fundo, atuando no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Passo
Fundo.
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para a UPF. Acabei desistindo do curso e ingressei no Doutorado em Psicologia do
Desenvolvimento da UFRGS. A Educação de Surdos e a pesquisa na área que eu de-
senvolvia tinham uma interface com a Psicolinguística, mas, não significava que eu
precisava mudar o rumo da formação inicial.
Quando iniciei o curso na UFSM nós éramos ensinadas a oralizar os surdos, e a
língua de sinais (naquele tempo não usávamos o nome Libras) era uma língua marginal,
proibida nas salas de aula, utilizada apenas nos recreios entre as crianças e no calçadão
da cidade, nos encontros marcados pelos adolescentes e jovens, antes da era digital. Eu
ficava incomodada com aquela restrição e acabei pagando um estudante surdo, da Uni-
versidade, para me dar aula de Língua de Sinais. Eram aulas particulares, meio que às
escondidas.
Quando compreendi o potencial da língua e o que ela me permitia, comecei a
estudar e a pesquisar mais sobre a educação de surdos tendo como língua de instrução
a Libras. No início de minha carreira acadêmica trabalhei com orientação sexual e,
posteriormente, letramento.
REPComo observa o cenário educacional atual, em relação a educação especial na
perspectiva da educação inclusiva?
Dra. Tatiana Bolívar LebedeffA Educação Inclusiva é necessária, indispensável, é
um direito do cidadão. Infelizmente, o atendimento em Educação Especial ainda é
muito fragilizado. Temos poucas salas de recursos, poucos professores de Atendimento
Educacional Especializado, poucos professores auxiliares e poucos e mal capacitados
monitores nas escolas. A escola antigamente sobrevivia apenas com o professor regente.
Era a escola para poucos. Hoje a escola para todos exige uma configuração que ainda
não foi implementada, porque requer investimento e o gestor público ainda não acor-
dou para o impacto da educação inclusiva em todos os setores da sociedade, inclusive
para a economia. Tem estudos da década de 70, realizados nos Estados Unidos, que
mostram que cada dólar investido em Educação Especial (na época não tínhamos o
conceito de Educação Inclusiva, utilizava-se o conceito de Mainstreamming) revertia,
posteriormente, em 6 dólares, pois tanto o estudante teria condições posteriores de
inserção no mercado de trabalho como liberava, durante o processo de escolarização, o
adulto cuidador (geralmente a mãe) para trabalhar também. Era uma percepção bem
neoliberal, mas, atrativa para gestores. Infelizmente o Brasil não incorporou essa pers-
pectiva. Eu acredito em um trabalho de equipe: professor de sala de aula em interação
com o professor do Atendimento Educacional Especializado, com o professor auxiliar
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ou Atendente Terapêutico e, com o monitor. Essa equipe precisa de tempo de reunião
para planejar, implementar e avaliar. Além disso, precisam estar conectados com os
profissionais de fora da escola que também atuam com o estudante, ou seja, a médica,
a psicóloga, a fonoaudióloga, a fisioterapeuta, entre outros. Pode ser utópico. Mas,
precisamos sonhar para não desesperançar. Cabe ressaltar que só tenho visto salas de
recursos em Escolas Públicas, a Rede Privada geralmente não oferta este serviço e, na
maioria das vezes, os salários dos monitores específicos para uma criança com deficiên-
cia são divididos entre família e instituição.
REP Quais seriam os principais pontos a serem trabalhados na formação de profes-
sores - tanto na formação inicial, quanto continuada -, para a educação especial na
perspectiva da educação inclusiva?
Dra. Tatiana Bolívar LebedeffPercebo nos cursos de licenciatura uma tendência a
teorizar mais do que praticar. Tenho uma parceira de pesquisa que é professora do
Curso de Matemática na UFPEL, ela trabalha de maneira maravilhosa com produção
de materiais didáticos e laboratório de experimentação desses materiais, é “didática
raiz”! Não digo que termos que parar de teorizar, pelo contrário, mas creio que damos
pouquíssimo espaço às experimentações didáticas, que não poderiam ocorrer apenas
em estágios curriculares. A experimentação, na minha opinião, deveria ser entre os co-
legas: experimentando, questionando, problematizando, estabelecendo relações com a
teoria. Tenho visto formação de licenciados que saem da universidade como excelentes
Historiadores, Geógrafos, Filósofos, Linguistas, entre outras formações, mas, não tem
nenhuma pista em como ensinar sua disciplina para o quinto ano do fundamental.
Então eles entram na escola, iniciam o trabalho com o quinto ano e lá na sala de aula
tem um aluno com TDAH, outro com Deficiência Intelectual, mais meia dúzia em
vulnerabilidade econômica, entre outros fatores de heterogeneidade. Esse universo re-
quer uma prática que não sai da cartola. Quando esse universo foi problematizado e,
se problematizado, quais as alternativas de desenvolvimento de trabalho que foram dis-
cutidas? Por outro lado, a Educação Especial e a Educação Inclusiva nem fazem parte
da formação inicial, com raríssimas exceções! Na minha instituição, temos apenas 2 ou
3 cursos com a disciplina de Educação Inclusiva como obrigatória. Apenas duas pro-
fessoras concursadas na área para todas as Licenciaturas. Os alunos aprendem sobre
Educação Inclusiva nos estágios, na prática. A disciplina de Libras não dá conta da
Educação inclusiva, pois é uma disciplina muito específica para dar conta do ensino de
uma língua e, muitas vezes, aborda tangencialmente a educação de surdos. Toda hora
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o MEC está solicitando reformulação curricular das Licenciaturas, os cursos optam por
colocar mais disciplinas teóricas das suas especificidades e não inserem Educação In-
clusiva na formação inicial, infelizmente. Então, penso que temos que discutir a
inserção da disciplina nos currículos, criar brechas nas trincheiras que são os colegiados
de cursos.
REP A avaliação tem sido um ‘Calcanhar de Aquiles’ na educação básica esco-
lar. Quais as propostas de uma avaliação consistente no campo da educação especial,
na perspectiva da educação inclusiva?
Dra. Tatiana Bolívar Lebedeff A avaliação é um problema porque queremos sempre
avaliar pelo parâmetro de um aluno padrão. A avaliação, na minha opinião, é dura e
elitista, privilegia poucos. Vou contar uma historinha. Em 2007 tive a oportunidade
de conhecer Jerome Bruner, na Universidade de Nova Iorque. Ele me contou que nas-
ceu com catarata congênita e foi cego até os três anos de idade, quando fez uma cirurgia
que lhe devolveu a visão. Posteriormente, no processo de escolarização, a escola avisou
seus pais que provavelmente ele tinha deficiência intelectual, pois era muito atrasado e
não era para esperarem muito dele. O pai de Bruner falou na escola que não se preo-
cupassem, que ele preferia que o filho continuasse frequentando a escola, mesmo
aprendendo pouco. Contou Bruner que o pai não deu muita bola e lia para ele todas
as noites. Bruner, infelizmente já falecido, é hoje considerado um dos grandes pesqui-
sadores da Psicologia do Desenvolvimento, um autor lido em praticamente todo o
planeta. O que eu quero dizer com isso? Que a avaliação não pode ser preditora. O que
aconteceria se os pais de Bruner tivessem se resignado com o vaticínio da escola? A
avaliação é um retrato daquele momento, daquela hora, e depois? E em outras condi-
ções? Quando falam em avaliação sempre penso em Vygotsky. Sei que as avaliações são
uma ferramenta para gestores, ferramentas para políticas públicas, entre outros. Mas,
precisamos estar atentos para não frustrar as crianças “não padrão” pelo uso inadequado
dessas ferramentas.
Antigamente tínhamos a possibilidade da Terminalidade Específica, que é uma
polêmica: a Terminalidade Específica pode, se mal utilizada, prejudicar o desenvolvi-
mento dos estudantes, pela lógica de que “qualquer coisa” pode compor o currículo do
aluno, uma perspectiva do “mínimo”. Por outro lado, poderia ser um ótimo instru-
mento de validação das potencialidades dos alunos. Para o MEC a Terminalidade
Específica não tem mais validade, em função da Política de Educação Inclusiva. Entre-
tanto, sei de vários Municípios que ainda utilizam a Terminalidade Específica. Ou seja,
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é uma situação bem complexa e delicada, e mostra um pouco a fragilidade da orientação
e implementação das políticas.
REP O que uma escola que se propõe inclusiva deve observar?
Dra. Tatiana Bolívar Lebedeff Quando eu me formei a Educação especial tinha um
viés muito corretivo, compensatório. Hoje, ainda bem, a Educação Especial busca com-
preender quais são as habilidades, os potenciais das crianças. Nesse sentido, a Escola
Inclusiva deveria olhar para o aluno pensando nas potencialidades dele, não pautar pela
falta, pela ausência, pela dificuldade... buscar incentivar as habilidades do aluno, res-
peitar seu ritmo, seu tempo. Descobrir caminhos, junto com o aluno e com a equipe
que é responsável pelo aluno. Nesse sentido, outra questão tem a ver com o “pertenci-
mento” ou “territorialidade” da educação especial. A criança que foi incluída na escola
é de responsabilidade de toda a escola, e não apenas da professora do AEE.
Nós vimos, durante a pandemia, como a escola e a avaliação são tradicionais,
duras.... Vi crianças com TDAH serem cobradas a assistir aulas das 13:30 às 18:00
pelas telas. Uma corrida desenfreada pelo preenchimento dos livros e apostilas. Nem
toda criança se beneficiou com o ensino remoto, teve muito sofrimento, mesmo assim
a Escola não se flexibilizou. Talvez tenha sido por falta de orientação, de direciona-
mento do MEC. O fato é que são inúmeros relatos de falta de recursos tanto materiais
quanto pedagógicos de acessibilidade para a inclusão dos alunos durante a pandemia.
Nesse sentido, acredito que a escola precisa conhecer seus alunos. Não falo de
um laudo, falo do aluno também, seus gostos, suas linguagens, suas expectativas, suas
fragilidades e potencialidades. Minha área é a educação de surdos, e a questão mais
delicada no caso das crianças surdas tem a ver com a língua compartilhada. Muitas
vezes os estudantes surdos são “entregues” aos Intérpretes de libras e é só com os Intér-
pretes que as crianças se comunicam. Já vi casos em que o aluno se forma no nono ano
com a mesma turma e os colegas não sabem dizer nem “OI” em Libras. Para mim isso
é o retrato do fracasso do sistema, isso não é inclusão, é número de matrícula. Conheci,
em uma cidade do interior do RS uma escola com sala de recursos para surdos. A escola
se queixava que uma aluna não queria frequentar a sala de aula e ficava apenas na sala
de recursos, quando a professora do AEE não estava na escola a menina não queria
entrar, a queixa toda em cima do comportamento da aluna. O detalhe era que fora os
colegas surdos e as eventuais Intérpretes, a professora era a única pessoa da escola que
se comunicava em Libras com o grupo de estudantes surdos.... ninguém mais interagia
com eles. É uma situação que se encontra reiteradamente, infelizmente.
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REP Quais seriam e qual a origem das maiores resistências dos professores em aco-
lher a educação especial na perspectiva da educação inclusiva?
Dra. Tatiana Bolívar Lebedeff Acho que as resistências estão ancoradas, por um
lado, na falta de formação, na ausência de uma disciplina curricular que estabeleça as
relações do que significa planejar e ensinar para uma turma repleta de diferenças. Além
disso, o professor está muito sozinho em sala de aula. Poucas vezes o professor tem com
quem conversar, trocar ideias, planejar. Tem professor que precisa parar a aula para
levar criança em banheiro. Óbvio que com condições tão precárias assim, teremos re-
sistências. Como eu já comentei, a inclusão é um trabalho de equipe. Temos que ver
também, que o professor é preparado para esperar uma aprendizagem padrão, o aluno
que não dá conta da aprendizagem pode gerar frustração no professor, baixa autoes-
tima, porque parece que “não soube ensinar”. Essa é uma percepção difícil de lidar,
mas o professor não foi ensinado na formação inicial e nem orientado, dentro da escola,
a compreender essas diferenças e a planejar e avaliar para essas diferenças. Os cursos
também não podem ser apenas para apagar incêndios, é necessário um acompanha-
mento longitudinal dos estudantes e dos professores. Promover estudos de casos,
proporcionar discussões sobre os alunos que não podem ser apenas nos conselhos de
classe.
REP Apoiar o professor, em suas angústias e dúvidas, parece essencial para a educa-
ção especial. Como a escola e, sobretudo, os administradores da educação (secretários
municipais, estaduais, ministro) podem agir nesta direção?
Dra. Tatiana Bolívar Lebedeff Acho que a palavra de ordem é investimento. É
necessário investir em profissionais, tanto na ampliação de número de profissionais
como na diversificação da atuação em sala de aula. Além disso, os salários precisam ser
dignos. Professores estão trabalhando 60 horas para poder dar conta do orçamento. Em
que momento vão planejar? Desenvolver materiais? Pesquisar? Eu visitei muitas escolas
nos Estados Unidos e na Inglaterra, sempre tentando observar qual era o diferencial.
Para minha surpresa o diferencial nunca esteve na tecnologia, nos recursos materiais.
Eu compreendi que o diferencial estava, nas escolas em que observei inclusão, na pro-
posta pedagógica individualizada e na equipe de apoio aos docentes.
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REP A partir de sua experiência, quais os aspectos da pesquisa científica (objetos,
abordagens) ainda não foram suficientemente explorados sobre a educação especial na
perspectiva da educação inclusiva?
Dra. Tatiana Bolívar Lebedeff Vou falar da minha experiência de trabalho com
Educação de Surdos. Acho que precisamos de mais pesquisas sobre educação de surdos
com outras especificidades, ou seja, o surdo com autismo, o surdo com TDAH, surdo
com Trissomia do 21. Enfim, onde estão esses alunos e quais são as abordagens que
estão sendo trabalhadas. Além disso, sinto falta de pesquisas sobre leitura e produção
escrita no Fundamental II. Pesquisa-se muito sobre o período de alfabetização dos sur-
dos, mas não sobre o quinto ano em diante. Mais recentemente o Município de São
Paulo lançou o Currículo da Cidade, no qual curriculariza Libras e Português para
Surdos. Nesse currículo novo a Libras, compreendida como Língua Materna, ganha
um espaço nunca antes conquistado. Então, tudo que é visto em Libras no 1º ano do
Fundamental, é visto em Língua Portuguesa no 2º ano do Fundamental. A criança
primeiro vê os conteúdos escolarizados da sua língua e, no ano subsequente, os conte-
údos em Língua Portuguesa. É uma proposta Bilíngue. Estou ansiosa para que sejam
realizados estudos acadêmicos longitudinais sobre essa experiência.
REP Juntando a teoria e a prática. Quais autores e abordagens recomendaria a
leitura para aprofundamento do tema?
Dra. Tatiana Bolívar LebedeffPosso dar sugestões da área da Educação de Surdos,
na perspectiva que eu estudo. Primeiro vou sugerir que os leitores conheçam o Grupo
de Pesquisa do qual faço parte, o Grupo de Pesquisa Interinstitucional em Educação
de Surdos (GIPES). No nosso site (https://www.ufrgs.br/gipes/) tem muitas sugestões
de publicações, tem as lives do período da pandemia e, os nomes dos participantes, que
são pesquisadores maravilhosos. Colocando os nomes no Google Acadêmico você pode
ver a produção dos pesquisadores e encontrar mais material. Outro site muito bom é o
do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). No site do INES
(https://www.gov.br/ines/pt-br) é possível encontrar muito material produzido pela
instituição e, os impressos podem ser solicitados gratuitamente, pois o INES é uma
autarquia do MEC. Quero destacar a Revista Espaço, do INES
(https://www.ines.gov.br/seer/index.php/revista-espaco/index) que é muito impor-
tante para divulgação de pesquisas na área da Educação de Surdos. Com relação a
periódicos, muitas revistas publicam sobre a temática da Educação Especial, mas, sugiro
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duas bem específicas: Revista de Educação Especial da UFSM
(https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial) e a Revista Brasileira de Educação Espe-
cial (https://www.scielo.br/j/rbee/).
REP Que conselhos daria a um jovem pesquisador sobre o tema?
E a um professor de educação básica que está iniciando a carreira e se depara com a
realidade da educação especial? Vou dar uma sugestão que cabe aos dois: perguntem.
Perguntem sempre, não deixem morrer a curiosidade pelo humano. Não se contentem
com o pouco: o pouco que o laudo diz, o pouco que está no primeiro texto que foi
lido, o pouco de informação que foi passada pela coordenação.