
Ensino de programação em robótica com Arduino para alunos do ensino fundamental: relato de experiência
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ESPAÇO PEDAGÓGICO
v. 26, n. 2, Passo Fundo, p. 456-480, maio/ago. 2019 | Disponível em www.upf.br/seer/index.php/rep
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Abstract
The paper reports the experiences of teaching programming for the Arduino platform, through a course de-
signed for Elementary School II students belonging to 9 (nine) public schools in the city of Curitiba, covering 117
students from the 5th to 9th grade . These students are part of groups that participate in robotics competitions
on a regular basis, however without being familiar with the Arduino platform in general. During the course, the
students were observed and the learning capacity of the students was veried in a very short time, as well as
the diculties in the assimilation of the basic concepts of programming, which were presented incrementally
and focusing on the proposition of challenges from basic notions. The use of the simulator for the programming
tasks facilitated the transition from the form of visual programming, of which the students already had certain
knowledge, for a more textual programming. It is also tried to show how the programming learning can help
in the constitution of the formal thought from the concrete. It was evidenced the motivating character that the
robotic activities provide to the learning process and that, in turn, can serve as a facilitator for the introduction
of more complex concepts related to programming languages.
Keywords: Teaching programming in basic education. Computational thinking. Programming for Arduino. Edu-
cational robotics.
Introdução
Nos últimos anos, tem-se constatado de maneira mais frequente as dificulda-
des dos alunos brasileiros com conteúdos de matemática e ciências. Os resultados
apontados pelo Programme for International Student Assessment (Pisa), em 2015,
mostraram que, com relação à média dos países da Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Económico (OCDE), na avaliação de alunos que têm em média
15 anos e estão próximos de terminar o ciclo da educação básica, o Brasil está bem
abaixo, alcançando 401 pontos em ciências contra uma média de 493 pontos, e 377
pontos em matemática contra uma média de 490 pontos (OCDE, 2015).
Em contraponto, dados obtidos do Sistema de Avaliação da Educação Básica
(Saeb), do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep) (2017), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), têm mostrado que, para
alunos dos anos iniciais e finais do ensino fundamental, a média em Matemática é
crescente, enquanto fica estagnada no ensino médio. Na Figura 1, é possível com-
parar o desempenho desde 2005 até 2017. Entretanto, os índices ainda se configu-
ram aquém se comparados com as metas do grupo 3, estabelecidas pelo movimento
Todos pela Educação, exceto para os anos iniciais.
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Esse cenário permite vislum-
brar que os desafios e oportunidades não são poucos na adoção de iniciativas para
melhorar o desempenho dos alunos. O ensino de tecnologias educacionais baseadas
em robótica e programação pode se constituir num elemento impulsionador para
a melhoria destes níveis, de maneira geral nas disciplinas de ciências, tecnologia,
engenharia e matemática, denominadas de forma comum pela sigla STEM (Scien-
ce, Technology, Engineering and Mathematics).