
836 ESPAÇO PEDAGÓGICO
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Adriana Aparecida de Lima Terçariol
v. 28, n. 2, Passo Fundo, p. 834-839, maio/ago. 2021 | Disponível em www.upf.br/seer/index.php/rep
Metodologia ativa, de acordo com a autora do texto de apresentação da obra,
Maria Elizabeth Bianconcini, é caracterizada pela “inter-relação entre educação,
cultura, sociedade, política e escola, sendo desenvolvida por meios ativos e cria-
tivos” (2018, p. xi). Assim, com base nessa afirmação, identificamos muitos mé-
todos ativos abordados na obra: problematização, sala de aula invertida, sala de
aula compartilhada, aprendizagem por projetos, ensino híbrido e design thinking.
Portanto, entendemos que o pensamento da escola nova, explorado por Moran, é
condizente com as ideias de Freire (1996) sobre educação dialógica, participativa e
conscientizadora, em suas palavras: “[...] não apenas para nos adaptarmos à reali-
dade, mas, sobretudo, para transformar, para nela intervir, recriando-a [...]” (1996,
p. 28).
A obra é dividida em duas partes: a parte I compreende os capítulos 1 a 6, que
apresentam experiências realizadas em sala de aula; a parte II abarca os capítulos
7 a 10, os quais se baseiam na formação continuada de professores. Na primeira
parte, “Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda”, Moran faz
uma breve introdução sobre aprendizagem ativa, passando pelo conceito de apren-
dizagem e pelos tipos de aprendizagem. O autor define que toda aprendizagem é
ativa em algum grau, porque exige, do aprendiz e do docente, formas diferentes
de movimentações interna e externa. A obra procura enfatizar que a participação
do professor deve ser a de um mediador ou orientador, e que o aluno constrói seu
próprio conhecimento pela sua iniciativa; portanto, ele é o responsável por esse
conhecimento.
Na introdução, Moran destaca que a obra discutirá: a flexibilidade do modelo
de aprendizagem híbrido, definido como mistura e compartilhamento de espaços,
tempo e atividades; a aprendizagem personalizada, definida como uma aprendi-
zagem voltada às necessidades do aluno; a aprendizagem personalizada a partir
do projeto de vida, definida por associar o interesse do aluno aos seus talentos; a
aprendizagem compartilhada, definida como encontro de pessoas com objetivos de
aprendizagem em comum; a aprendizagem por tutoria, em que o professor torna-se
gestor. O autor enfatiza que, “sozinhos, podemos aprender a avançar bastante,
compartilhando, podemos conseguir chegar mais longe e, se contarmos com tutoria
de pessoas mais experientes, podemos alcançar horizontes inimagináveis” (2018,
p. 08).
Moran relata as contribuições das tecnologias digitais para a aprendizagem
ativa, apoiado pelos conceitos de Almeida e Valente sobre tecnologia, e menciona
algumas técnicas para aprendizagem ativa: a sala de aula invertida, em que o