
Maria Augusta D’Arienzo
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ESPAÇO PEDAGÓGICO
v. 26, n. 2, Passo Fundo, p. 605-611, maio/ago. 2019 | Disponível em www.upf.br/seer/index.php/rep
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manha, Finlândia e Reino Unido, o autor discute e propõe um modelo de currículo
que pense no futuro, “[...] aprender com jovens, não de idade, mas de espírito, e não
mais com os mais velhos que não estão acompanhando a metamorfose promovida
pela inteligência artificial” (FAVA, 2018, p. 144-145). Os objetivos, os princípios e os
propósitos do currículo devem ser estabelecidos pela tecnologia, pelo futuro e pelos
jovens, criando um currículo educacional flexível, adaptável e por competências
comportamentais, humanas e técnicas. Esse currículo propiciará conteúdos, mate-
riais didáticos, tecnologias e metodologias ativas.
Na sequência, no capítulo 14, Aprendizagem ativa e experimental, Fava redige
sobre a aprendizagem, destacando que ela é um tema complexo, múltiplo, hetero-
gêneo, o que dificulta delimitá-la. O autor apresenta as perspectivas da taxonomia
da aprendizagem ativa e experimental, ou seja, conhecimento, discernimento, aná-
lise, compreensão, aplicação e avaliação, detalhando cada uma a partir dos proces-
sos de ensino e aprendizagem, e afirma que, “[...] para atingir o estrato aplicação,
é preciso dominar o discernimento e a análise da escolha, bem como a compreensão
dos conhecimentos a serem adquiridos” (2018, p. 151, grifo do autor). Conclui que a
educação é plural, ou seja, para cada conteúdo, habilidade e/ou competência desen-
volvido, há várias estratégias de aprendizagem ativa. Nesse sentido, expõe alguns
exemplos, como: Peer Instruction; Think-Pair-Share; Turn and Talk; Polling.
Dando continuidade ao tema da aprendizagem, no capítulo 15, Currículo por
competências, Rui Fava relata que estudos mostram a exigência de indivíduos ver-
sáteis, que apresentam como características o pensamento divergente, a produção
de ideias, a pró-atividade, a flexibilidade e a originalidade. Para tanto, os currí-
culos precisam privilegiar o desenvolvimento das quatro inteligências citadas no
capítulo 10 e tornar a sala de aula dinâmica, aberta, fluida, com foco no ensino de
hábitos de mentes reflexivas. O autor afirma que os currículos por competências
são mais apropriados, por serem “[...] flexíveis, adaptáveis, desenvolvem concei-
tos, procedimentos, atitudes, pensamento crítico e criatividade, tão necessários no
mundo no qual as ocupações físicas, repetitivas e preditivas estão sendo realizadas
por automação, robotização e máquinas munidas de inteligência artificial” (FAVA,
2018, p. 166).
Competências atitudinais na educação 3.0 é a designação e o tema escolhido
por Fava para o capítulo 16. Cooperação, resiliência, ética e liderança são as com-
petências atitudinais que, na visão do autor, deverão integrar a relação de objeti-
vos educacionais das escolas contemporâneas. Finalizando a obra, o capítulo 17
recebe um questionamento: Como será a educação superior na próxima década?