
André Luís Alice Raabe
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ESPAÇO PEDAGÓGICO
v. 26, n. 2, Passo Fundo, p. 597-603, maio/ago. 2019 | Disponível em www.upf.br/seer/index.php/rep
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estive na ligação da educação com a informática e tentei muito aprender sobre a
educação nesse caminho e sobre equipes interdisciplinares, sobre a necessidade da
gente, enquanto pesquisador de área tecnológica, aprender, conhecer e entender
melhor os processos educativos. Nesse caminho, me aproximei muito do desenvol-
vimento de software educacional, de ambientes inteligentes, de sistemas tutores,
objetos de aprendizagem e muitos dos temas que a gente sempre vinha pesquisan-
do e eram sempre dentro do espaço de divulgação e de discussão dessas pesqui-
sas. Mas, desde sempre uma coisa me incomodou muito: a questão de que a gente
produz muita novidade, muita inovação, muitas ideias interessantes relacionadas
a como usar a tecnologia na educação, e poucas delas viram prática na verdade,
poucas delas chegam na escola, principalmente na escola pública. Então, depois
do meu doutorado, passei a atuar mais exclusivamente como docente, orientador,
professor de pós-graduação na Univali, onde eu trabalho, comecei a buscar mais
frentes que pudessem levar os resultados de pesquisas para a prática, quando co-
mecei a trabalhar com extensão fortemente.
A extensão trouxe o público-alvo, trouxe a possibilidade de a gente estar den-
tro da escola, trazer a escola para dentro da universidade e começar a vivenciar
um pouco mais na prática o que a gente fazia e ver o resultado. Sair um pouco do
enfoque de publicar artigos e começar a valorizar cada vez mais o enfoque de trazer
um impacto na vida das crianças, dos jovens que a gente atende. Com isso, também
comecei a buscar mais aqueles autores dentro do cenário nacional que tivessem
essa visão, fora os fóruns que eu venho participando, coordenei a comissão de infor-
mática na educação em 2009, depois participei também, junto do Igui Bittencourt,
da comissão especial, quando fui indicado para a Comissão de Educação da Socie-
dade Brasileira de Computação (SBC). Eu fui com essa intenção, de levar um pouco
mais a valorização da pesquisa que gera resultado prático, que gera um resultado
relevante para a escola, para o estudante, para a família, para todos os atores en-
volvidos. Desde então, tenho atuado na SBC dentro dessa comissão de educação, e
também encontrei, dentro do Centro de Inovação para Educação Brasileira (CIEB),
um forte parceiro, que tem como escopo, dentre outras coisas, viabilizar que as ino-
vações cheguem à escola, por meio de fomento, startups e políticas governamentais
que possam fazer isso acontecer.
Então, acho que, de forma resumida, olhando assim a trajetória, eu tenho ten-
tado aliar a pesquisa acadêmica e a relevância acadêmica com a aplicação prática
e com o impacto efetivo na vida do estudante, principalmente aqui no Brasil. Isso é
bem desafiador, é algo que o fomento quase nunca vem nessa direção, são raras as