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ESPAÇO PEDAGÓGICO
v. 26, n. 2, Passo Fundo, p. 318-322, maio/ago. 2019 | Disponível em www.upf.br/seer/index.php/rep
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programar, é preciso definir de antemão os passos necessários, todos os procedi-
mentos e sua ordem, a fim de que se possa resolver o problema apresentado.
A programação apoia a formulação de hipóteses de resolução de problemas.
Criar um programa requer que a criança, considerando um problema, divida-o em
partes menores, defina passos para solucioná-lo, formule hipóteses de resolução e
teste-as.
Programar aprimora competências interpessoais e de colaboração. Por ser,
geralmente, construído com blocos gráficos, o código de programação é mais com-
preensível e compartilhável, facilitando a colaboração entre as crianças e potencia-
lizando a partilha de blocos de código.
A disciplina e a iniciativa são duas competências desenvolvidas no ato de pro-
gramar. Ter uma ideia e descobrir como transformá-la em um programa de com-
putador requer persistência e prática. Quando os jovens trabalham em projetos
baseados em ideias que consideram pessoalmente importantes e significativas,
estas geram motivação para ultrapassar os desafios e as frustrações encontrados
no processo de concepção e de resolução de problemas.
A programação de uma solução para um problema real requer que se tenha em
mente a efetiva demanda das pessoas para as quais a criança está desenvolvendo o
programa e o modo como responderão ao programa feito. Geralmente, tal processo
ocasiona alterações no programa original. Essa dinâmica auxilia no desenvolvi-
mento de competências de empatia e plasticidade mental.
Mediante esse contexto, a Revista Espaço Pedagógico pauta o volume 26, nº 2, de
2019, em torno do tema “Pensamento computacional, programação e educação”, so
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cializando estudos e experiências que advogam por processos educativos instigantes
do pensamento criativo e estratégico, tomando os fundamentos da computação para
a resolução de problemas e para o desenvolvimento de saberes/competências alinha
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dos com as demandas do nosso tempo.
Os primeiros oito artigos que compõem essa temática central são subscritos
por pesquisadores de diferentes nacionalidades, Brasil, Peru, Itália e Portugal,
oportunizando que as discussões e práticas desses países sejam debatidas, coteja-
das, aprofundadas. Nesta primeira parte da Revista Espaço Pedagógico, temos as
contribuições dos seguintes trabalhos: Pensamiento computacional: una nueva exi-
gencia para la educación del siglo XXI, dos autores peruanos Edith Soria Valencia
e Carol Rivero Panaqué; Media literacy, coding e cittadinanza digitale: apprendere
e costruire con le tecnologie, do pesquisador italiano Mario Pireddu; Ensinar pro-
gramação em ambientes e-learning: preocupações e propostas no âmbito do modelo