Tampão apical em dentes adjacentes à fissura labiopalatina
revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.5335/rfo.v26i2.13571Palavras-chave:
Fissura Palatina, Fenda Labial, Ápice dentário, Endodontia, Cleft Palate, Cleft Lip, Tooth Apex, EndodonticsResumo
Objetivos: Revisar a literatura sobre o uso do tampão apical em dentes com rizogênese incompleta adjacentes às fissuras labiopalatinas, através de buscas nas principais bases de dados nacionais e internacionais usando descritores específicos. Revisão de literatura: a fissura labiopalatina (FLP) é a anomalia congênita mais comum diagnosticada na região craniofacial e resulta de falhas na coalescência anatômica dos processos faciais, entre a 4ª e a 12ª semana da gestação. Dentre outras alterações sistêmicas e locais, as anormalidades dentárias e esqueléticas ocorrem com frequência nas regiões afetadas pela FLP. Em alguns casos, não ocorre a formação completa da raiz dentária e consequentemente do forame apical de dentes adjacentes à FLP. Necrose pulpar e lesões irreversíveis à polpa ocorrem com frequência após processos agressores como cárie e traumatismos dentários e o tratamento endodôntico pode ser necessário. Nestas condições, há o risco de extravasamento do material obturador nos tecidos periapicais, podendo ocorrer reações inflamatórias. Para a realização da adequada obturação pode ser utilizado a manobra do tampão apical que se fundamenta na aplicação de um material biocompatível, geralmente o Agregado Trióxido Mineral (MTA), para vedar a região apical, como uma barreira mecânica, evitando a disseminação de processos infecciosos que estejam no dente/periápice, preservando adequadamente os dentes e periodonto adjacente à área de FLP. Considerações finais: É necessário difundir conhecimento sobre o tratamento odontológico nos indivíduos com FLP, para que estes tenham mais acesso aos tratamentos adequados, em prol de oferecer mais qualidade na reabilitação bucal.
Downloads
Referências
2. Souza-Freitas A, Dalben GS, Freitas PZ, Santamaria M Junior. Tendência familial das fissuras lábio-palatais. Rev Dent Press Ortod Ortop Facial 2004; 74, v. 9, n. 4, p. 74-78.
3. Brandalize APC, Bandinelli E, Borba JB, Félix TM, Roisenberg I, Schüler-Faccini L. Polymorphisms in genes MTHFR, MTR and MTRR are not risk factors for cleft lip/palate in South Brazil. Braz J Med Biol 2007; 40: 787-791.
4. Borges AR, Mariano L, Sá J, Medrado AP, Veiga PC, Reis SRA. Fissuras labiais e/ou palatinas não sindrômicas: determinantes ambientais e genéticos. Rev Bahiana Odontol 2014; v. 5, n. 1, p. 48-58.
5. Bunduki V, Ruano R, Sapienza AD, Hanaoka BY, Zugaib M. Diagnóstico pré-natal de fenda labial e palatina: experiência de 40 casos. Rev Bras Ginecol Obstet 2001; v. 23, n. 9.
6. Spina V, Psillakis JM, Lapa FS. Classificação das fissuras lábio-palatinas: sugestão de modificação. Rev Hosp Clin Fac Med Univ 1972; 27:5-6.
7. Silva OG Filho, Freitas JAS. Caracterização Morfológica e Origem Embriológica. In: Trindade IEK, Silva OG Filho. Fissuras Labiopalatinas: uma abordagem Interdisciplinar. 1. ed. São Paulo: Santos; 2007. p. 17 -51.
8. Pereira AC. Nishiyama CK. Pinto LC. Anomalias dentárias em indivíduos com fissura transforame incisivo unilateral e o tratamento endodôntico. RFO UPF 2013; vol.18 no.3.
9. Ribeiro LL, Neves LT, Costa B, Gomide MR. Dental development of permanent lateral incisor in complete unilateral cleft lip and palate. Cleft Palate Craniofac J 2002; 39(2):193-6.
10. American Academy of Pediatric Dentistry. Policy on the management of patients with cleft lip/palate and other craniofacial anomalies. The Reference Manual of Pediatric Dentistry. Chicago, Ill.: American Academy of Pediatric Dentistry; 2021:539-40.
11. Nishiyama CK, Pinto LC, Pinheiro C, Hussne RP. A endodontia na reabilitação de indivíduos com fissura labiopalatina. In: Leonardo MR; Leonardo RT. Avanços técnicos e biológicos de uma endodontia minimamente invasiva em nível apical e periapical.. 2.ed. São Paulo: Artes Médicas; 2017. v. , p. 451-462.
12. Bramante CM, Bortoluzzi EA, Broon NJ. Agregado trióxido mineral (MTA) como plug apical para la obturación de conductos radiculares: descripción de la técnica y caso
clínico. Endodoncia. 2004; 22(3):155-61.
13. Lee LW, Hsieh SC, Lin YH, Huang CF, Hsiao SH, Hung WC. Comparison of clinical outcomes for 40 necrotic immature permanent incisors treated with calcium hydroxide or mineral trioxide aggregate apexification/apexogenesis. J Formos Med Assoc 2015; 114, 139-146.
14. Queiroz MB, Inada RNH, Lopes CS, Guerreiro-Tanomaru JM, Sasso-Cerri E, Tanomaru-Filho M, et al. Bioactive potential of Bio-C Pulpo is evidenced by presence of birefringent calcite and osteocalcin immunoexpression in the rat subcutaneous tissue. J Biomed Mater Res 2022; 110:2369–2380.
15. Torabinejad M, Hong CU, McDonald F, Pitt Ford TR. Physical and chemical properties of a new root-end filling material. J Endod. 1995; 21(7):349-53.
16. Santos-Junior AO, Pinto LC, Mateo-Castillo JF, Pinheiro CR. Success or failure of endodontic treatments: A retrospective study. J Conserv Dent 2019; 22(2):129-132.
17. Mente J, Leo M, Panagidis D, Ohle M, Schneider S, Bermejo JL, et al. Treatment outcome of mineral trioxide aggregate in open apex teeth. J Endod 2013; 39(1):20-6.
18. Park HM, Han DH, Baek SH. Comparison of tooth development stage of the maxillary anterior teeth before and after secondary alveolar bone graft: Unilateral cleft lip and alveolus vs unilateral cleft lip and palate. Angle Orthod 2014; 84(6):989-994.
19. Bartzela TN, Mang de la Rosa MR, Wolf K, Schmidt A, Opitz C. Apical root resorption after orthodontic treatment in patients with unilateral cleft lip and palate. Clin Oral Investig 2020; 24(5):1807-1819.
20. Queiroz MB, Torres FET, Rodrigues EM, Viola KS, Bosso-Martelo R, Chavez-Andrade GM, Guerreiro-Tanomarua JM, Tanomaru-Filho M. Physicochemical, biological, and antibacterial evaluation of tricalcium silicate-based reparative cements with different radiopacifiers. Dent Mater J 2021. 37 311-320.
21. França GM, Pinheiro JC, Morais EF, Leite RB, Barboza CAG, Bueno CSP. Uso dos biocerâmicos na endodontia: revisão de literatura. Rev Nova Esperança 2019; 17(2): 45-55
22. Souza MA, Barbizam JV, Cecchin D, Roberta KS. Agregado trióxido mineral como material de selamento apical em dentes com rizogênese incompleta: uma série de casos. Rev Odonto Cienc 2011; 26 (3).
23. Bezerra MKS, Pinto LC. TAMPÃO APICAL COM MTA EM DENTES ADJACENTES À FISSURA LABIOPALATINA - RELATO DE EXPERIÊNCIA. In: 6o Encontro da Cultura e Extensão do HRAC-USP - eCEx: 2022; Bauru. Anais. 6o Encontro da Cultura e Extensão do HRAC-USP - eCEx. 2022. p52
24. Niedermaier KC, Guerisoli DMZ. Apicificação com plug apical de MTA em dente traumatizado. Rev Bras Odontol 2013; v. 70, n. 2, p. 213-5.
25. Pace R, Giuliani V, Nieri M, Di Nasso L, Pagavino G. Mineral trioxide aggregate as apical plug in teeth with necrotic pulp and immature apices: a 10-year case series. J Endod 2014; 40(8):1250-4
26. Mondelli JAS, Hoshino RA, Weckwerth PH, Cerri PS, Leonardo RT, Guerreiro-Tanomaru JM, et al. Biocompatibility of mineral trioxide aggregate flow and biodentine. Int Endod J 2019; 52(2):193-200.
27. Torabinejad M, Parirokh M, Dummer PMH. Mineral trioxide aggregate and other bioactive endodontic cements: an updated overview - part II: other clinical applications and complications. J Endod 2018; 51(3):284-317.
28. Parirokh M, Torabinejad M. Mineral trioxide aggregate: a comprehensive literature review-Part III: Clinical applications, drawbacks, and mechanism of action. J Endod 2010; 36(3):400-13.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Este periódico bem como seus artigos estão licenciados com a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
