A ideia de defesa e conceitos nos tratados de arquitetura militar: instrumentos políticos (1650-1750)

Autores

  • Luiza Nascimento de Oliveira da Silva Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.5335/hdtv.1n.20.10413

Palavras-chave:

Cultura política de defesa, Defesa, Tratados de arquitetura militar

Resumo

Este artigo busca propor uma articulação entre a ideia de defesa para as cidades portuguesas (no reino e nas conquistas) dos séculos XVII e XVIII em relação a uma percepção de poder calcada na noção de regularidade para a urbanização e na administração política. A ordem e o equilíbrio foram tanto argumentos de defesa como estiveram postos na linguagem dos discursos políticos. O estudo da prática de escrita de tratados de arquitetura militar mostra que havia, em termos de uma origem e permanência, o alinhamento entre Estado e defesa, cujo desdobramento foi uma sociedade caracterizada por uma cultura política de defesa. A análise de fontes textuais para o entendimento de conceitos e ideias específicas, sem que a documentação esteja isolada dos seus contextos históricos e das suas práticas culturais, dá a dimensão da historicidade dos conceitos e das ideias em destaque.

 

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Publicado

2019-12-14

Como Citar

A ideia de defesa e conceitos nos tratados de arquitetura militar: instrumentos políticos (1650-1750). (2019). Revista História: Debates E Tendências, 20(1), 71-103. https://doi.org/10.5335/hdtv.1n.20.10413