A pequena história da mulher que foi para a casa da morte e sobreviveu para contar as suas memórias:
Inês Etienne Romeu a testemunha ocular dos horrores da tortura na Ditadura Militar Brasileira
DOI:
https://doi.org/10.5335/hdtv.21n.2.12312Palavras-chave:
Gênero, Memória, Direitos HumanosResumo
O artigo aborda uma perspectiva de reparo da memória subterrânea de uma sobrevivente das torturas sofridas na ”Casa da Morte”, em Petrópolis/ RJ, inserida num cenário coletivo de lutas e resistências contra o autoritarismo de Estado. Trata-se de uma perspectiva histórica, a partir de uma atriz social singular, inserida num contexto de recuperação de dimensões significativas da memória subterrânea, diante da violência de gênero que acometeu mulheres rebeladas contra a ditadura militar no Brasil. Sua singularidade foi marcada por uma trajetória ímpar, resistiu aos horrores das torturas, da prisão e continuou a sua luta para trazer a tona o não-dito, aquilo que por muito tempo permaneceu como uma memória subterrânea da história do tempo presente. A reflexão mescla, em termos metodológicos, abordagens analíticas e hermenêuticas.
Downloads
Referências
AZEVEDO, Maria Amélia. Mulheres Espancadas: a violência denunciada. Rio de Janeiro: Editora Cortez, 1985.
BERNARDO, André. A história da ‘Casa da Morte’ contada por única sobrevivente. BBC News Brasil. Rio de Janeiro, 09. jan. 2021. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-55492932. Acesso em: 26 fev. 2021.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.
BUTLER, Judith. Frames ofwar:whenislifegrievable? New York; London: Verso, 2009.
CANABARRO, Ivo dos Santos. Dimensões da cultura fotográfica no sul do Brasil. Ijuí: Unijuí, 2011.
CANABARRO, Ivo dos Santos; CHUQUEL, Luane Flores; MEIER, Alef Felipe. 1968 o Ano que Não Acabou: da imaginação no poder na Europa ao estado de exceção no Brasil. Fronteiras. v. 21. n. 36, 2018, p. 154-176. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRAS/article/view/9421. Acesso em: 24 fev. 2021.
CANABARRO, Ivo dos Santos. STRÜCKER, Bianca. Notas sobre a Comissão Nacional da Verdade no Brasil: a construção de uma memória social. Mauritius: Novas Edições Acadêmicas, 2017.
COLLING, Ana Maria. As mulheres e a ditadura militar no Brasil. História em revista. v. 10, 2004. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/HistRev/article/view/11605. Acesso em: 27 fev. 2021.
FACHIN, Patricia. Feminismos e o mito da sororidade: entrevista especial com Berenice Bento. Instituto HumanitasUnisinos, 2017. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/567252-os-multiplos-feminismos-e-as-tensoes-com-os-transgeneros-entrevista-especial-com-berenice-bento. Acesso em: 25 fev. 2021.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 12. ed. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2006.
FRIEDAN, Betty. Mística feminina. Petrópolis: Vozes, 1971.
GASPARI, Elio. A ditadura envergonhada: As ilusões armadas. São Paulo: Cia. das Letras, 2002.
HARTOG, François. Regimes de historicidade:presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
LAURETIS, Teresa de. Tecnologia do Gênero. HOLLANDA, Heloisa. Buarque de. (Org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
MENEGHEL, Stela Nazareth; ARMANI, Teresa; SEVERINO, Rosa; GARCIA, Ana Maria; MAFIOLETI, Breno; FOCHI, Eunice; RODRIGUES, Fabiana; ARMANI, Luciara; OLIVEIRA, Mara; RODRIGUES, Rosiclair. Cotidiano violento: oficinas de promoção em saúde mental em Porto Alegre. Ciência e Saúde Coletiva. v. 5. n. 1, 2000, p. 193-203. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232000000100017&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 27 fev. 2021.
NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Trad. Yara Aun Khoury. Revista projeto história. n. 10. PUC/SP, 1993, p. 7-28. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/12101. Acesso em: 26 fev. 2021.
POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos históricos. Rio de Janeiro. CPDOC-FGV, v. 2. n. 3, 1989, p. 3-15. Disponível em: WWW.cpdoc.fgv.br. Acesso em: 20 fev. 2021.
PROST, Antonie. LesacteursdansI’histoire. BARBOLAN, Jean-claude Ruano (Org.). L’histoireaujourd’hui. Paris: SciencesHumainesÉditions, 1999.
RELATÓRIO DA COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE (CNV), Relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV) v. 3. Brasil, 2014, Disponível para download em: <http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/index.php/outros-destaques/574-conheca-e-acesse-o-relatorio-final-da-cnv>. Acesso em: 23 abr. 2020.
ROSSI, Túlio Cunha. “Representações” de gênero em imagens: contribuições metodológicas de uma sociologia do cinema. Repocs. v. 14. n. 28. jul/dez 2017. Disponível em: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rpcsoc/article/view/7301. Acesso em: 22 fev. 2021.
SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. Gênero, Patriarcado, Violência .2. ed. São Paulo: Expressão Popular; Fundação Perseu Abramo, 2015.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015
TOURAINE, Alain. Iguais e Diferentes: Poderemos viver juntos?Petrópolis: Vozes, 1997.