Não há futebol na bolha de plástico:
considerações sobre futebol, violência e história
DOI:
https://doi.org/10.5335/srph.v24i1.15516Palavras-chave:
Futebol, Violência, SociedadeResumo
O futebol, atividade esportiva e produto midiático, é um lugar privilegiado para a observação social. Dialogando com os pressupostos teóricos de Elias e Dunning, compreendemos que as expressões de violência, racismo e outros preconceitos recorrentes no universo do futebol, devam ser entendidos como reflexo de paradigmas que sobrevivem entre nós para além dos estádios. Assim, este texto pretende abordar o futebol como um instrumento que permite pensar nossas mazelas em um longo prazo, a partir da conjugação de fontes jornalísticas com a bibliografia especializada, focando três casos distintos: a primeira metade do século XX; o contexto da Ditadura Civil-Militar brasileira na conquista do campeonato mundial de 1970 e, por fim, a atuação da Coligay, torcida vinculada ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense na virada para a década de 1980.
Downloads
Referências
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
ANJOS, Luiza Aguiar dos. A rememoração da torcida Coligay como parte da construção do clube de todos. In: GUAZZELLI, César; FRAGA, Gérson; STÉDILE, Miguel; QUINSANI, Rafael (Orgs.). À sombra das chuteiras meridionais: uma história social do futebol (e outras coisas). Porto Alegre: Editora Fi, 2021.
ANJOS, Luiza Aguiar dos. Plumas, arquibancadas e paetês: uma história da Coligay. Santos: Dolores Editora, 2022.
CABRERA DURÁN, Nicolas; SOUSA, Raquel de Oliveira. Violências no futebol brasileiro: uma análise dos casos registrados em 2023. Revista História: Debates & Tendências. Passo Fundo: PPGH/UPF, Vol, 24, nº 3, p. 184-204, set.-dez. 2024.
ELIAS, Norbert; DUNNING, Eric. Deporte y ocio en el proceso de la civilización. México: Fondo de Cultura Económica, 1992.
FICO, Carlos. Reinventando o otimismo: ditadura, propaganda e imaginário social no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 1997.
FRAGA, Gérson Wasen. Futebol, imprensa e ditadura: das formiguinhas de Geisel àabertura de Telê. In: XXVI SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 2011, São Paulo. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História. São Paulo: Anpuh, 2011. Disponível em: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300985039_ARQUIVO_DasformiguinhasdeGeisel.pdf.
FRANCO JÚNIOR, Hilário. A dança dos deuses: futebol, sociedade, cultura. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
FREYRE, Gilberto. Prefácio à1ª Edição. In: FILHO, Mário. O negro no futebol brasileiro. Rio de Janeiro: MAUD, 2003.
GUEDES, Simoni Lahud. O Brasil no campo de futebol: estudos antropológicos sobre os significados do futebol brasileiro. Niterói: EDUFF, 1998.
MENDES, Fábio. Campeões da raça: os heróis negros da Copa de 1958. Mogi das Cruzes: Shuriken Produções, 2018.
MURAD, Maurício. Futebol e violência no Brasil. Revista de Campo. Rio de Janeiro: UERJ, nº 3 / 4, p. 89-103, 1996.
PADRÓS, Enrique Serra; MARÇAL, Fábio Azambuja. Terror de Estado e Doutrina de Segurança Nacional: os “anos de chumbo” no Brasil e na América Latina. Ciências & Letras: Revista da Faculdade Porto-Alegrense de Educação, Ciências e Letras. Porto Alegre: FAPA, n.28, p. 55-99, jul.-dez. 2000.
PEREIRA, Leonardo. Footbalmania: uma história social do futebol no Rio de Janeiro – 1902-1938. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
PRADO, Paulo: Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1962.
RODRIGUES, Nelson. À sombra das chuteiras imortais: crônicas de futebol. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
ROSSI, Élvio Antônio. Coligay: a torcida que “saiu do armário”. In: GUAZZELLI, César; FRAGA, Gérson; STÉDILE, Miguel; QUINSANI, Rafael (Orgs.). À sombra das chuteiras meridionais: uma história social do futebol (e outras coisas). Porto Alegre: Editora Fi, 2021.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional – CC-BY que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado, de acordo ainda com a democratização científica prevista pela Ciência Aberta.