A formação da memória nacional e as políticas patrimoniais no Estado Novo

a fase heroica do IPHAN

Autores

  • Wanessa Pires Lott Universidade Federal do Pará, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.5335/xnww8q10

Palavras-chave:

Estado Novo, IPHAN, Patrimônio cultural

Resumo

O texto analisa a construção da memória nacional e das políticas patrimoniais durante o Estado Novo. Sob a liderança de Rodrigo Melo Franco de Andrade, o IPHAN implementou uma agenda centralizadora e seletiva, privilegiando o tombamento de bens materiais. Essa diretriz alinhava-se às políticas culturais nacionalistas e homogeneizadoras do governo Vargas, que visavam legitimar o regime. A visão mais plural de Mário de Andrade, que incluía a cultura imaterial, foi preterida. A concentração de tombamentos em estados como Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais corrobora o viés elitista e eurocêntrico. A longevidade do IPHAN reflete sua adaptabilidade, mas também a persistência de suas fundações ideológicas, instrumentalizando o patrimônio para solidificar uma imagem nacional alinhada ao Estado Novo.

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Biografia do Autor

  • Wanessa Pires Lott, Universidade Federal do Pará, Brasil

    ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7026-9852

    Doutora (2017) em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre (2009) em Antropologia pela mesma instituição. Mestre (2005) em Gestão de Cidades pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Graduada em Museologia (2022) pelo Centro Universitário Clarentiano e em História (1999) pela UFMG. É Professora Adjunta nos cursos de Bacharelado em Museologia e em Conservação e Restauro, no Programa de Pós-Graduação em Ciências do Patrimônio Cultural (PPGPatri) na UFPA.

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Publicado

2025-12-03

Como Citar

A formação da memória nacional e as políticas patrimoniais no Estado Novo: a fase heroica do IPHAN. (2025). Semina - Revista Dos Pós-Graduandos Em História Da UPF, 24(2), e-2025010. https://doi.org/10.5335/xnww8q10