A formação da memória nacional e as políticas patrimoniais no Estado Novo
a fase heroica do IPHAN
DOI:
https://doi.org/10.5335/xnww8q10Palavras-chave:
Estado Novo, IPHAN, Patrimônio culturalResumo
O texto analisa a construção da memória nacional e das políticas patrimoniais durante o Estado Novo. Sob a liderança de Rodrigo Melo Franco de Andrade, o IPHAN implementou uma agenda centralizadora e seletiva, privilegiando o tombamento de bens materiais. Essa diretriz alinhava-se às políticas culturais nacionalistas e homogeneizadoras do governo Vargas, que visavam legitimar o regime. A visão mais plural de Mário de Andrade, que incluía a cultura imaterial, foi preterida. A concentração de tombamentos em estados como Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais corrobora o viés elitista e eurocêntrico. A longevidade do IPHAN reflete sua adaptabilidade, mas também a persistência de suas fundações ideológicas, instrumentalizando o patrimônio para solidificar uma imagem nacional alinhada ao Estado Novo.
Downloads
Referências
AQUINO, Carla Adriana. A “Descoberta do Brasil” no Projeto Intelectual de Blaise Cendrars (1924-1955). (Doutorado em História Social) Programa de Pós-Graduação do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. Disponível em https://buscaintegrada.ufrj.br/Record/aleph-UFR01-000843145. Acesso em: 01 jul. 2025.
AVANCINI, Elsa Gonçalves. Educação e poder: o processo de formação da identidade nacional brasileira. Diálogo, Canoas, nº 2, p. 241-264, 2001. Disponível em https://svr-net127.unilasalle.edu.br/index.php/Dialogo/issue/archive. Acesso em: 01 jul. 2025.
BOTELHO, André; HOELZ, Maurício. Macunaíma contra o Estado Novo: Mário de Andrade e a democracia. Novos Estudos CEBRAP, São Paulo, v. 37, n. 2, p. 335-357, maio-ago. 2018. Disponível em https://www.scielo.br/j/nec/a/YKgBQgtRPspS3jDNhk6nprp/. Acesso em: 01 jul. 2025.
BRITO, Mariana Vieira. A política de patrimônio francesa: esboçando seu passado e presente. Revista CPC, v. 13, n. 25, p. 86-111, 2018. Disponível em https://www.revistas.usp.br/cpc/article/view/135621. Acesso em: 01 jul. 2025.
CHOAY, Françoise. Alegoria do património. 3ª. ed. Lisboa: Edições 70, 2014.
CHUVA, Márcia. Patrimônio Cultural em perspectiva decolonial: historiando concepções e práticas. In: DUARTE, Alice (Ed.). Seminários DEP/FLUP. Porto: Universidade do Porto, Faculdade de Letras/DCTP, 2020. p. 16-35. Disponível em https://doi.org/10.21747/9789898969682/seminariosv1a1. Acesso em: 19 nov. 2025.
CURY, Cláudia Engler. Políticas Culturais no Brasil: subsídios para construções de brasilidade. 2002. Tese (Doutorado) - Curso de Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002. Disponível em: https://audiovisualbaiano.com.br/midiateca/wp-content/uploads/2021/06/Tese-Politicas-culturais-no-Brasil-subsidios-para-construcoes-de-brasilidade.pdf. Acesso em: Acesso em: 19 nov. 2025.
FONSECA, Maria Cecília Londres. O patrimônio em processo: trajetória da política federal de preservação no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ; MINC/IPHAN, 2005.
FRAGA, André Barbosa. Os Heróis da Pátria: Política Cultural e História do Brasil no Governo Vargas. Curitiba: Editora Prismas, 2015.
IPHAN. Bens Tombados. 2025b. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/126. Acesso em: 01 jul. 2025.
IPHAN. Livros do Tombo. 2025a. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/608. Acesso em: 01 jul. 2025.
MICELI, Sérgio. SPHAN: refrigério da cultura oficial. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Brasília, n. 22, p. 44-47, 1987.
NOGUEIRA, Antônio Gilberto Ramos. Inventário e patrimônio cultural no Brasil. História (São Paulo), v. 26, p. 257-268, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/his/a/qQJNwKWtRcvfYkPZBGrXtNj/?lang=pt. Acesso em: 01 jul. 2025.
PAIXÃO, Carlos Nássaro. Os Heróis da Pátria: Política Cultural e História do Brasil no Governo Vargas. Varia História, Belo Horizonte, v. 32, n. 59, p. 587-590, maio/ago. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/vh/a/3kD6K7czqpQNkZkR4crS4qD/. Acesso em: 01 jul. 2025.
PASCHOAL, Francisco José. Getúlio Vargas e o DIP: a consolidação do “marketing político” e da propaganda no Brasil. In: I COLÓQUIO DO LABORATÓRIO DE HISTÓRIA ECONÔMICA E SOCIAL, 1., 2007, Juiz de Fora. Anais… Juiz de Fora: UFJF, 2007. Disponível em: https://www.academia.edu/download/53324159/Getulio_Vargas_e_o_DIP_a_consolidacao_do_marketing_politico_e_da_propaganda_no_Brasil.pdf. Acesso em: 01 jul. 2025.
PESSÔA, J. Lúcio Costa: documentos de trabalho. Rio de Janeiro: IPHAN, 1999.
PINHEIRO, Maria Lúcia Bressan. Antes do Sphan: notas biográficas sobre a trajetória de Rodrigo Melo Franco de Andrade nas décadas de 1920 e 1930. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, v. 31, 2023. Disponível em: https://www.scielo.br/j/anaismp/a/Rrgs3kFTHGzHx5BVzjqWzYD/. Acesso em: 01 jul. 2025.
SALA, Dalton. Mário de Andrade e o anteprojeto do Serviço do Patrimônio Artístico Nacional. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 31, p. 19-26, 1990. Disponível em: https://revistas.usp.br/rieb/article/view/70041. Acesso em: 01 jul. 2025.
VELLOSO, Mônica Pimenta. Os intelectuais e a política cultural do Estado Novo. Revista de Sociologia e Política, v. 9, p. 57-74, 1997. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/328069351.pdf. Acesso em: 01 jul. 2025.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional – CC-BY que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado, de acordo ainda com a democratização científica prevista pela Ciência Aberta.