Drummond e a imagem de Maiakovski em "Contemplação no Banco"
DOI:
https://doi.org/10.5335/rdes.v20i2.15324Palavras-chave:
Maiakovski, Carlos Drummond de AndradeResumo
Neste artigo, tentarei provar que o poema “Contemplação no Banco”, de Carlos Drummond de Andrade, foi parcialmente escrito a partir da reutilização de imagens e metáforas oriundas dos poemas encerrados n’Antologia de Maiacovski. Su Vida y Su Obra (1943), editada e traduzida pela escritora Lila Guerrero, na Argentina. Essa edição foi amplamente difundida em diversos países da América-Latina, tendo influenciado muitos poetas e escritores brasileiros da época. No intuito de reconstituirmos as circunstâncias históricas nas quais Drummond teve acesso à edição de Guerrero, mapeamos os textos pioneiros da recepção da poesia de Maiakovski no Brasil. Posteriormente, serão apontadas dezenove (19) evidências intertextuais entre o poema de Drummond e alguns poemas da Antologia de Guerrero. É provável que Drummond tenha tomado os imperativos poéticos de Maiakovski, didaticamente explanados por Guerrero no estudo introdutório dessa edição, como princípios inegociáveis de sua poesia social, sobretudo n’A Rosa do Povo. Por fim, veremos como a divisão triádica de “Contemplação no Banco”, em verdade, foi pensada como uma aplicação das leis da transformação dialética conforme postuladas pela Filosofia hegelo-marxista. Assim, Drummond debuxou a imagem do novo homem soviético como suprassunção do homem lysenkoísta, isto é, como um híbrido da exemplaridade política e moral de Lênin, Maiakovski e Alexey Stakhanov.
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