Confinamento e exílio em Orgia dos Loucos, de Ungulani Ba Ka Khosa
DOI:
https://doi.org/10.5335/rdes.v20i3.15876Palavras-chave:
Orgia dos loucos, exílio, narrativa, Ba Ka KhosaResumo
Quais os limites entre razão e desrazão? Quais as fronteiras e quem determina o que é realidade e o que é loucura? Orgia dos loucos, de Ungulani Ba Ka Khosa, ao problematizar essas questões, interroga a pertinência da lógica racional que fomenta os paradigmas modernos do progresso social e humano. Os contos reunidos nessa obra, que abrangem tanto o período histórico colonial quanto a situação do país após a independência, tematizam as fraturas, as perdas, a solidão e o abandono, consequências de relações de poder que afetam diretamente a existência daqueles que permanecem à margem. Objetiva-se, a partir da leitura dos contos “O prémio”, “A praga”, “A solidão do Senhor Matias”, “Fragmentos de um diário” e “Orgia dos loucos”, observar a construção narrativa pertinente à relação entre dois aspectos que perpassam a obra: a realidade asfixiante de um mundo em ruínas, que produz a imagem de clausura; e o espaço liminar da loucura, única forma de exílio frente às violências impostas pela lógica colonizadora. A imagem de confinamento vai sendo composta, sobretudo, pela alternância da focalização narrativa que, oriunda da perspectiva dos corpos, ora projeta os movimentos naturais de um universo primitivo que segue seu curso, ora projeta a imobilidade do mundo encerrado pela razão. Com personagens que transitam do confinamento à loucura, Ungulani Ba Ka Khosa conduz o leitor a redimensionar significados como o de experiência, realidade e pertencimento.
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