Os corpos femininos na literatura das obras O Planeta dos Macacos e Saboroso Cadáver
DOI:
https://doi.org/10.5335/rdes.v21i1.16403Palavras-chave:
Desumanização, feminino, distopia, maternidade, racionalidadeResumo
O intuito do presente artigo é estabelecer uma relação entre os romances O Planeta dos Macacos (2015 [1963]), de Pierre Boulle e Saboroso Cadáver (2022), de Agustina Bazterrica. A obra de Boulle versa sobre questões de desumanização e subalternização e calca esse fazer objetificante ao logos. A aproximação feita demonstra que essa discussão é atualizada por Bazterrica, já que essa propõe uma releitura do lugar ocupado pelo feminino, bem como das questões morais relacionadas à racionalidade e a desumanização, ponto de partida desta análise. O interessante desse cotejo é que a subserviência e a exclusão do feminino como ser racional e dotado de “alma” denunciados por Saboroso cadáver está presente também em O Planeta dos Macacos, porém de forma naturalizada. Assim, essa análise parte de um estudo analítico e comparatista para pensar o tropo da desumanização atrelado ao feminino, nas personagens “Nova” e “Jazmín”. Como se verá, ambas as personagens tornam-se objetos em uma lógica que legitima o ser que possui o controle a partir de uma noção abstrata de racionalidade. Ademais, sua desumanização está também atrelada a mecanismos de produção e a maternidade.
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