Argumentação, evidencialidade e marcadores do discurso. O caso de pelo visto
DOI:
https://doi.org/10.5335/rdes.v21i1.16813Palavras-chave:
Evidencialidade, Argumentação, Pelo vistoResumo
A partir da descrição das argumentações interna (AI) e externa (AE) (Carel e Ducrot, 2005) do verbo ver, propõe-se uma análise das instruções semântico-argumentativas contidas em um dos marcadores de discurso derivados desse verbo: pelo visto. A passagem do verbo a marcador discursivo supõe um processo de cristalização discursiva no qual os pontos de vista argumentativos evocados pelo verbo de percepção visual desempenham um papel determinante na capacidade de pelo visto para funcionar como marcador especializado na codificação de um significado evidencial indireto, tanto inferencial como citativo. Segundo nossa hipótese, embora o significado evidencial indireto veiculado por pelo visto inferencial é resultado de um processo de internalização de uma das argumentações externas abdutivas em portanto de ver (ver Y DC[1] INFERIR X), o do pelo visto citativo internaliza uma das argumentações externas em no entanto de não ver (DIZEM X PT Neg. VER AINDA X). Explicitamos, ainda, que ambos os processos de internalização supõem, além disso, a manutenção da AI de ver (EXISTIR ALGO DC PODER PERCEBER ESSE ALGO).
[1] Optei por utilizar a notação terminológica francesa, de Ducrot e colaboradores, em que DC (donc) equivale a portanto, em português, e PT (pourtant) corresponde, em português a no entanto. N.T.
Downloads
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Este artigo está licenciado com a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.