Necessidade de tratamento ortodôntico em adolescentes do Rio Grande do Sul: relação entre autopercepção e necessidade clínica
DOI:
https://doi.org/10.5335/rfo.v23i2.8345Keywords:
Adolescente, Autopercepção, Maloclusão, Saúde bucalAbstract
Objetivos: analisar a associação entre a autopercepção e a necessidade clínica de tratamento ortodôntico e investigar a relação entre a necessidade de tratamento ortodôntico e o impacto nas atividades diárias comer, sorrir e falar, em adolescentes. Sujeitos e método: estudo transversal com 1.630 escolares com idade entre 15 e 19 anos, de 36 municípios do estado do Rio Grande do Sul. Os instrumentos utilizados para determinar a necessidade de tratamento ortodôntico foram o Índice de Estética Dental (DAI) e o Componente Estético (AC) do Índice de Necessidade de Tratamento Ortodôntico (IOTN). Os dados foram analisados com o programa SPSS 21.0, utilizando-se os testes Qui-Quadrado de Pearson ou Qui-Quadrado de tendência linear e a regressão de Poisson. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: observou-se associação positiva entre o IOTN e o DAI. A proporção de sujeitos que perceberam a necessidade de tratamento ortodôntico aumentou com a recomendação feita pelo dentista. Entretanto, a maioria dos adolescentes entrevistados não percebia necessidade de tratamento ortodôntico. Após o ajuste, observou-se associação entre a maloclusão e o desempenho da atividade diária sorrir (RP = 2,03) e o sexo dos escolares (RP = 1,28). Também se observou associação entre o sexo dos adolescentes (RP = 1,23), a escolaridade do pai (RP = 1,21) e o impacto na atividade comer. A atividade diária de falar estava associada com a escolaridade do pai (RP = 2,11). Conclusão: existe associação entre a autopercepção de tratamento ortodôntico e a necessidade clínica. A maloclusão impacta a atividade sorrir entre os adolescentes, entretanto, o mesmo não ocorre com as atividades comer e falar.
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