Necessidade de tratamento ortodôntico em adolescentes do Rio Grande do Sul: relação entre autopercepção e necessidade clínica

Authors

  • Karen Luciane Zappe Pereira Soto Universidade Federal Rio Grande do Sul
  • Helenita Correa Ely
  • Fernanda Hilgert Mallmann Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Claides Abegg Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.5335/rfo.v23i2.8345

Keywords:

Adolescente, Autopercepção, Maloclusão, Saúde bucal

Abstract

 Objetivos: analisar a associação entre a autopercepção e a necessidade clínica de tratamento ortodôntico e investigar a relação entre a necessidade de tratamento ortodôntico e o impacto nas atividades diárias comer, sorrir e falar, em adolescentes. Sujeitos e método: estu­do transversal com 1.630 escolares com idade entre 15 e 19 anos, de 36 municípios do estado do Rio Grande do Sul. Os instrumentos utilizados para determinar a necessidade de tratamento ortodôntico foram o Índice de Estética Dental (DAI) e o Componente Estético (AC) do Índice de Necessidade de Tratamento Ortodôntico (IOTN). Os dados foram analisados com o programa SPSS 21.0, utilizando-se os testes Qui-Quadrado de Pe­arson ou Qui-Quadrado de tendência linear e a regres­são de Poisson. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: observou-se associação positiva entre o IOTN e o DAI. A proporção de sujeitos que percebe­ram a necessidade de tratamento ortodôntico aumentou com a recomendação feita pelo dentista. Entretanto, a maioria dos adolescentes entrevistados não percebia necessidade de tratamento ortodôntico. Após o ajuste, observou-se associação entre a maloclusão e o desem­penho da atividade diária sorrir (RP = 2,03) e o sexo dos escolares (RP = 1,28). Também se observou associação entre o sexo dos adolescentes (RP = 1,23), a escolarida­de do pai (RP = 1,21) e o impacto na atividade comer. A atividade diária de falar estava associada com a escola­ridade do pai (RP = 2,11). Conclusão: existe associação entre a autopercepção de tratamento ortodôntico e a necessidade clínica. A maloclusão impacta a atividade sorrir entre os adolescentes, entretanto, o mesmo não ocorre com as atividades comer e falar.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

  • Karen Luciane Zappe Pereira Soto, Universidade Federal Rio Grande do Sul
    Cirurgiã-Dentista, Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Helenita Correa Ely
    Doutora em Odontologia em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Fernanda Hilgert Mallmann, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
    Cirurgiã-Dentista, aluna da Especialização em Saúde Pública na Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Claides Abegg, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
    Cirurgiã-Dentista, Professora do Mestrado em Saúde Coletiva na Universidade Federal do Rio Grande do Sul

References

Dias PF, Gleiser R. O índice de necessidade de tratamento ortodôntico como um método de avaliação em saúde pública. Rev Dent Press Ortodon Ortop Facial 2008; 13(1):74-81.

Peres KG, Traebert ESA, Marcenes W. Diferenças entre autopercepção e critérios normativos na identificação das oclusopatias. Rev Saúde Pública 2002; 36(2):230-6.

Shaw WC, Lewis HG, Robertson NRE. Perception of malocclusion. Br Dental J 1975; 138(6):211-6.

Mandall NA, Mccord JF, Blinkhorn AS, Worthington HV, O’brien KD. Perceived aesthetic impact of malocclusion and oral self-perceptions in 14-15 year-old Asian and Caucasian children in greaterManchester. Eur J Orthod 1999; 22 (2):175-83.

Hangcock PA, Blinkhorn AS. A comparison of the perceived and normative needs for dental care in 12-year-old children in the northwest of England. Community Dent Health 1996; 13(2):81-5.

Cons NC, Jenny J, Kohout FJ, Freer TJ, Eismann D. Perceptions of occlusal conditions in Austrália, the German Democratic Republic and the United States of America. Int Dent J 1983; 33(2):200-6.

Organização Mundial da Saúde. Levantamentos básicos em saúde bucal. São Paulo: Santos; 1999. p. 1-66.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção em Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes Nacionais para a Atenção Integral àSaúde de Adolescentes e Jovens na Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. (Série A. Normas e Manuais Técnicos).

Adulyanon S, Sheiham A. Oral impacts on daily performances. In: Slade GD. Measuring oral health and quality of life. Chapel Hill: School of dentistry, University of North Carolina; 1997. p. 151-60.

Baldani M, Fadel CB, Possamai T, Queiroz MGS. A inclusão da odontologia no Programa Saúde da Família no estado do Paraná, Brasil. Cad Saúde Pública 2005; 21(4):1026-35.

Sheiham A. Determinação de necessidades de tratamento odontológico: uma abordagem social. In: Pinto VG, organizador. Saúde bucal coletiva. São Paulo: Santos; 2000. p. 223-50.

Marques LS, Paiva SM, Pordeus IA. Prevalência da maloclusão e necessidade de tratamento ortodôntico em escolares de 10 a 14 anos de idade em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: enfoque psicossocial. Cad Saúde Pública 2005; 21:1099-106.

Eisenstein E. Adolescência: definições, conceitos e critérios. Adolesc Saude 2005; 2(2):6-7.

Oliveira CM, Sheiham A. Orthodontic treatment and its impact on oral health-related quality of life in Brazilian adolescents. J Orthod 2004; 31(1):20-7.

Chen MS, Hunter P. Oral health and quality of life in New Zealand: a social perspective. Soc Sci Med 1996; 43(8):1213-22.

Inglehart MB, Bagramian AR. Oral health related quality of life. Chicago: Quintessence; 2008.

Monaco A, Boccuni M, Marci MC. Indici di necessita di trattamento in ortodonzia: I’ applicabilita del DAI (Dental Aesthetic Index). Minerva Stomatol 2001; 46:279-86.

Bernabé E, Sheiham A, Tsakos G. Comprehensive evaluation of the Child-OIDP validity: further evidence from Peru. Community Dent Oral Epidemiol 2007; 115:111-6.

Kiyak HA. Does orthodontic treatment affect patients quality of life? J Dent Educ 2008; 72(8):886-94.

Peres KG, Cascaes AM, Leão ANT, Côrtes MIS, Vettore MV. Aspectos sociodemográficos e clínicos da qualidade de vida relacionada àsaúde bucal em adolescentes. Rev Saúde Pública 2013; 47(supl 3):19-28.

Oliveira CM, Sheiham A. Orthodontic treatment and its impact on oral health-related quality of life in Brazilian adolescents. J Orthod 2004; 31(1):20-7.

Kerosuo H, Hansen H, Laine T, Shaw WC. The influence of incisal malocclusion on the social attractiveness of young in Finland. Eur J Orthod 1995; 17(6):505-12.

Baca-Garcia A, Bravo M, Baca A, Junco P. Maloclusions and orthodontic treatment needs in a group of Spanish adolescentes using the dental aesthetic index. Int Dent J 2004; 54(3):138-42.

Meyers A, Hertzberg J. Bottle-feeding and malocclusion: is there an association? Am J Orthod Dentofacial Orthop 1988; 93(2):149-52.

Marques LS. Repercussão estética da má-oclusão em adolescentes de Belo Horizonte. Belo Horizonte. Dissertação [Mestrado em Ortodontia]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Odontologia; 2004.

Frazão P, Narvai PC, Latorre MRDO, Castellanos RA. Prevalência de oclusopatia na dentição decídua de crianças na cidade de São Paulo, Brasil, 1996. Cad Saúde Pública 2002; 18(5):1197-205.

Published

2018-10-22

Issue

Section

Artigos

How to Cite

Necessidade de tratamento ortodôntico em adolescentes do Rio Grande do Sul: relação entre autopercepção e necessidade clínica. (2018). Revista Da Faculdade De Odontologia - UPF, 23(2). https://doi.org/10.5335/rfo.v23i2.8345