Conhecimento de ergonomia e desordens osteomusculares entre estudantes de Odontologia

Resumo

Objetivo: Avaliar o conhecimento de estudantes de Odontologia sobre os princípios ergonômicos aplicados à prática clínica e investigar sintomas associados às doenças ocupacionais. Materiais e Método: Tratou-se de um estudo transversal censitário no qual foram entrevistados 164 estudantes do 3º ao 9º período do curso de Odontologia de uma universidade do município de Caruaru, PE. Foram aplicados dois questionários: um com perguntas relativas às características sociodemográficas, conhecimentos sobre ergonomia, doenças ocupacionais na Odontologia e medidas preventivas; e o Nordic musculoskeletal questionnaire para mensuração de sintomas osteomusculares. Para análise estatística foi usado o teste de correlação de Pearson ou o Exato de Fisher (p<0,05). Resultados: A maioria dos pesquisados (87,2%) soube parcialmente o conceito de ergonomia, exemplificou como principais doenças ocupacionais os distúrbios osteomusculares (54,3%), bem como destacou realizar medidas preventivas “as vezes” (45,7%), sendo os alongamentos a principal prática (53,0%). O local mais acometido por sintomas osteomusculares foi a parte superior das costas (46,3%). Houve diferença estatística entre os períodos dos estudantes (3º, 5º, 70 e 9º) para as variáveis: definição de ergonomia, frequência de uso de medidas preventivas, principais doenças ocupacionais e localização anatômica da dor (p<0,05). Houve tendência de pior desempenho e maiores frequências de distúrbios osteomusculares nos acadêmicos dos períodos finais do curso. Conclusões: O conhecimento dos estudantes foi insatisfatório e as regiões mais acometidas por sintomas associados às doenças ocupacionais foram: parte superior e inferior das costas e pescoço. Procedimentos normativos devem ser adotados com o intuito de se prevenir as doenças ocupacionais no ambiente acadêmico.