Fatores maternos relacionados à alta frequência de consumo de sacarose por crianças acompanhadas por um programa de atenção odontológica materno-infantil nos dois primeiros anos de vida

Autores

  • Andréia Drawanz Hartwig Universidade Federal de Pelotas
  • Ana Regina Romano Universidade Federal de Pelotas
  • Fernanda Gerardo Pappen Universidade Federal de Pelotas
  • Marina Sousa Azevedo Universidade Federal de Pelotas

DOI:

https://doi.org/10.5335/rfo.v23i2.8305

Palavras-chave:

Gestantes, Pré-escolares, Sacarose, Sacarose na dieta

Resumo

 Objetivo: avaliar se os hábitos alimentares maternos re­latados durante a gestação influenciam a ingestão de sacarose das crianças nos primeiros dois anos de vida. Sujeitos e método: participaram da pesquisa 204 díades mãe-filho acompanhadas por um programa de atenção odontológica materno-infantil em uma cidade no sul do Brasil. As variáveis independentes foram obtidas por meio dos prontuários odontológicos disponibilizados pelo programa. Os hábitos alimentares maternos foram coletados durante a gestação e a ingestão diária de sa­carose pelas crianças foi baseada em um questionário alimentar de frequência, dicotomizado em < 4 vezes/ dia e ≥ 4 vezes/dia. A análise multivariada foi realizada com modelos de regressão de Poisson, com variância robusta para estimar a razão de prevalência e os interva­los de confiança de 95%. Resultados: a prevalência do consumo de sacarose nos primeiros dois anos de vida, com uma elevada ingestão de sacarose (≥ 4 vezes/dia), foi detectada em 90,69% das crianças. Após o ajuste, o desfecho (alta ingestão de sacarose) foi 10% maior para as crianças cujas mães relataram beber bebida açuca­rada para satisfazer sua sede durante a gestação [RP = 1,10 (IC95%: 1,02-1,18)]. Conclusões: a maioria das crianças apresentou alta ingestão de sacarose em idade precoce. A triagem de mulheres grávidas para consumo de bebidas açucaradas pode ser uma maneira possível de reconhecer crianças em risco futuro de alta ingestão de sacarose na primeira infância.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Andréia Drawanz Hartwig, Universidade Federal de Pelotas
    Mestre em Odontopediatria. Programa de Pós Graduação em Odontologia.
  • Ana Regina Romano, Universidade Federal de Pelotas
    Professora de Odontopediatria. Departamento de Odontologia Social e Preventiva.
  • Fernanda Gerardo Pappen, Universidade Federal de Pelotas
    Professora de Endodontia. Departamento de Odontologia Restauradora.
  • Marina Sousa Azevedo, Universidade Federal de Pelotas
    Professora de Odontopediatria. Departamento de Odontologia Social e Preventiva.

Referências

Organização Mundial da Saúde. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. Report of a Joint WHO. World Health Organ Tech Rep Ser 2003;916.

Organização Mundial da Saúde. Sugars intake for adults and children. Geneva: World Health Organization; 2015:1-59.

Jamel HA, Sheiham A, Watt RG, Cowell CR. Sweet preference, consumption of sweet tea and dental caries; studies in urban and rural Iraqi populations. Int Dent J 1997; 47(4):213-7.

Keller KL, Tepper BJ. Inherited taste sensitivity to 6-n-propylthiouracil in diet and body weight in children. Obes Res 2004; 12(6):904-12.

Anliker JA, Bartoshuk L, Ferris AM, Hooks LD. Children's food preferences and genetic sensitivity to the bitter taste of 6-n-propylthiouracil (PROP). Am J Clin Nutr 1991; 54(2):316-20.

Turnbull B, Matisoo-Smith E. Taste sensitivity to 6-n-propylthiouracil predicts acceptance of bitter-tasting spinach in 3-6-y-old children. Am J Clin Nutr. 2002; 76(5):1101-5.

Castilho AR, Mialhe FL, Barbosa T de S, Puppin-Rontani RM. Influence of family environment on children's oral health: a systematic review. J Pediatr 2013; 89(2):116-23.

Lee SY, Hoerr SL, Schiffman RF. Screening for infants' and toddlers' dietary quality through maternal diet. MCN Am J Matern Child Nurs 2005; 30(1):60-6.

Skinner JD, Carruth BR, Wendy B, Ziegler PJ. Children's food preferences: a longitudinal analysis. J Am Diet Assoc 2002; 102(11):1638-47.

Lipchock SV, Reed DR, Mennella JA. The gustatory and olfactory systems during infancy: implications for development of feeding behaviors in the high-risk neonate. Clin Perinatol 2011; 38(4):627-41.

Ventura AK, Worobey J. Early influences on the development of food preferences. Curr Biol 2013; 23(9):401-8.

Ministério da Saúde. Dez passos para alimentação saúdavel para crianças menores de dois anos. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2010.

Serra Majem L, Garcia Closas R, Ramon JM, Manau C, Cuenca E, Krasse B. Dietary habits and dental caries in a population of Spanish schoolchildren with low levels of caries experience. Caries Res 1993; 27(6):488-94.

Brekke HK, van Odijk J, Ludvigsson J. Predictors and dietary consequences of frequent intake of high-sugar, low-nutrient foods in 1-year-old children participating in the ABIS study. Br J Nutr 2007;97(1):176-81.

Cantoral A, Tellez-Rojo MM, Ettinger AS, Hu H, Hernandez-Avila M, Peterson K. Early introduction and cumulative consumption of sugar-sweetened beverages during the pre-school period and risk of obesity at 8-14 years of age. Pediatr Obes 2016; 11(1):68-74.

Spahn JM, Reeves RS, Keim KS, Laquatra I, Kellogg M, Jortberg B, Clark NA. State of the evidence regarding behavior change theories and strategies in nutrition counseling to facilitate health and food behavior change. J Am Diet Assoc 2010; 110(6):879-91.

Ruottinen S, Niinikoski H, Lagstrom H, Rönnemaa T, Hakanen M, Viikari J, et al. High sucrose intake is associated with poor quality of diet and growth between 13 months and 9 years of age: the special Turku Coronary Risk Factor Intervention Project. Pediatrics 2008; 121(6):1676-85.

Organização Mundial da Saúde. WHO opens public consultation on draft sugars guideline. [accessed May 2018]. Disponível em URL: http://www.who.int/nutrition/sugars_public_consultation/en/. 2014.

Clark-Gambelunghe MB, Clark DA. Sensory development. Pediatr Clin North Am 2015; 62:367-84.

Hamel C, Stevens A, Singh K, Ansari MT, Myers E, Ziegler P, et al. Do sugar-sweetened beverages cause adverse health outcomes in adults? A systematic review protocol. Syst Rev 2014; 3(3):108-16.

Sharlin JES. Essential of life cycle nutrition. Chapter 1: Nutrition Requirements During Pregnancy. Jones and Bartllet Plubishers; 2011.

Verloigne M, Van Lippevelde W, Maes L, Brug J, De Bourdeaudhuij I. Family- and school-based predictors of energy balance-related behaviours in children: a 6-year longitudinal study. Public Health Nutr 2013; 16(8):202-11.

Lindsay AC, Sussner KM, Kim J, Gortmaker S. The role of parents in preventing childhood obesity. Future Child 2006; 16(1):169-86.

Verzeletti C, Maes L, Santinello M, Vereecken CA. Soft drink consumption in adolescence: associations with food-related lifestyles and family rules in Belgium Flanders and the Veneto Region of Italy. Eur J Public Health 2010; 20(3):312-7.

Oliveria SA, Ellison RC, Moore LL, Gillman MW, Garrahie EJ, Singer MR. Parent-child relationships in nutrient intake: the Framingham Children's Study. Am J Clin Nutr 1992; 56(3):593-8.

Azevedo MS, Romano AR, Dos Santos Ida S, Cenci MS. Knowledge and beliefs concerning early childhood caries from mothers of children ages zero to 12 months. Pediatr Dent 2014; 36(3):95-9.

Hurd M. Anchoring and acquiescence bias in measuring assets in household surveys. J Risk Uncertainty 1999; 19(19):111-36.

Barros AJ, Hirakata VN. Alternatives for logistic regression in cross-sectional studies: an empirical comparison of models that directly estimate the prevalence ratio. BMC Med Res Methodol 2003; 3(3):21-33.

Downloads

Publicado

2018-10-22

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Fatores maternos relacionados à alta frequência de consumo de sacarose por crianças acompanhadas por um programa de atenção odontológica materno-infantil nos dois primeiros anos de vida. (2018). Revista Da Faculdade De Odontologia - UPF, 23(2). https://doi.org/10.5335/rfo.v23i2.8305