Imprensa, memória e história do tempo presente:
a “guerra ao terror” como resposta aos atentados de 11 de setembro de 2001 nas páginas da revista Veja
DOI:
https://doi.org/10.5335/hdtv.23n.2.14353Schlagwörter:
Orientalismo, Globalização, NeoliberalismoAbstract
O trabalho analisa a cobertura dos desdobramentos dos atentados de 11 de setembro de 2001, em especial, da “Guerra ao Terror”, feita pela revista Veja em seis edições especiais, publicadas nas semanas seguintes ao acontecimento. Toma como foco as formas com que o periódico procurou instituir uma memória em que a guerra como resposta necessária, adequada e legítima aos atentados, refutando outros posicionamentos. Para tanto, discute como a revista tratou aquela realidade reduzida a dois polos, o das vítimas – entendidas como os próprios EUA – e o dos algozes – compreendidos como os terroristas. Por fim, debate o lugar do Brasil no contexto e na cobertura que então se delineou, a fim de entender o porquê de uma grande revista nacional – que integra uma imprensa não muito afeita ao noticiário internacional –, dedicou tamanha preocupação ao que acontecia fora do país.
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