DA “DISCIPLINA” À “ARTE” DO FOOTBALL MULATO
A ANTROPOFAGIA DA TECNOCRACIA DE LEÔNIDAS CONTRA ADHEMAR PIMENTA
DOI:
https://doi.org/10.5335/hdtv.24n.3.16480Schlagwörter:
Copa de 1938, Técnico, JogadoresAbstract
A Copa do Mundo é um cenário propício para a disputa de narrativas sobre as nações. Acreditamos que a atração exercida pela Copa do Mundo está baseada justamente na crença de que onze jogadores representariam toda uma nação, metaforizando crenças e imaginários sociais sobre os países. No Brasil, desde 1938 a competição se estabeleceu como um ritual nacional. Neste artigo, analisamos como três jornais brasileiros construíram a narrativa sobre o técnico da seleção em 1938: Adhemar Pimenta. Através da Análise Crítica de Narrativas, analisamos, dentre as 256 reportagens sobre a seleção, as 71 que se referiam ao treinador. Adhemar, inicialmente exaltado por ser o representante tecnocrata e disciplinador, “teria perdido” para os jogadores, metaforizados por Lêonidas, indicando relações sociais, disputas e identidades que a competição suscita.
Downloads
Literaturhinweise
BACZKO, B. A imaginação social. In: LEACH, Edmund et al. Anthropos-Homem. Lisboa, Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1985.
BATAILLE, G. Théorie de la religion. Paris: Minuit, 1973.
BECHELLI. Tensões no Paradigma Racial: Silvio Romero, Nina Rodrigues, Euclides da Cunha e Oliveira Vianna. São Paulo: Paco Editorial, 2023.
CALDAS, Waldenyr. O pontapé inicial: memória do futebol brasileiro (1894-1933). São Paulo: Ibrasa, 1990.
CARTER, N. The football manager: A history. Routledge, 2006.
CASTORIADIS, C. The imaginary institution of society. Mit Press, 1997.
CASTRO, C. A invenção do Exército brasileiro. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.
DA SILVA, J. As tecnologias do imaginário. Editora Sulina, 2012.
DIÁRIO DE PERNAMBUCO, Recife, 05 jun – 12 jul, 1938.
DRUMOND, Maurício. Estado Novo e Esporte: a política e o Esporte em Getúlio Vargas e Oliveira Salazar. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2014.
DURAND, G. As estruturas antropológicas do imaginário. Lisboa: Presença, 1997.
FRANCISCATO, C. A fabricação do presente: como o jornalismo reformulou a experiência do tempo nas sociedades ocidentais. Universidade Federal de Sergipe, 2005.
FOLHA DA MANHÃ, São Paulo, 05 jun – 12 jul, 1938.
GASTALDO, É. Pátria, chuteiras e propaganda: o brasileiro na publicidade da Copa do Mundo. Annablume, 2002.
GOFFMAN, E. Os quadros da experiência social: uma perspectiva de análise. Petrópolis: Vozes, 2012.
GOMES, Eduardo. A invenção do profissionalismo no futebol: tensões e efeitos no Rio de Janeiro (1933-1941) e na Colômbia (1948-1954). Curitiba: Appris, 2019.
GUEDES, S. Futebol e identidade nacional: reflexões sobre o Brasil. In: DEL PRIORE, Mary e MELO, Victor Andrade de. (Orgs.) História do Esporte no Brasil: do império aos dias atuais. São Paulo: Editora UNESP, 2009.
GUEDES, S. O Brasil no campo de futebol: estudos antropológicos sobre os significados do futebol brasileiro. Editora Da Universidade Federal Fluminense, 1998.
GUEDES, S. O Futebol Brasileiro: instituição zero. Rio de Janeiro, Museu Nacional, 1977. (Dissertação de Mestrado).
GUMBRECHT, H. Atmosfera, ambiência, Stimmung. Contraponto, 2014.
GUMBRECHT, H. Elogio da Beleza Atlética. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
HELAL, R. Passes e Impasses: Futebol e Cultura de Massa no Brasil. Petrópolis: Editora Vozes, 1997.
HELAL, R.. As Novas Fronteiras do "País do Futebol". Rio Pesquisa (FAPERJ), v. 11, p. 37-40, 2010.
HELAL, R.. O que é Sociologia do esporte? São Paulo: Brasiliense, 1990.
HOBSBAWM, E.; RANGER, T. Invenção das Tradições. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012.
HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Editora Perspectiva, 2014.
LEVER, J. A loucura do futebol. Rio de Janeiro: Record, 1983.
MOSTARO, F. Imprensa e o futebol-arte: as narrativas da “nossa essência futebolística”. Curitiba: Prismas, 2017.
MOSTARO, F. Os técnicos, os campos e as Copas: imprensa, narrativa e o imaginário da elite cultural do futebol. 2019. 298 f. Tese (Doutorado em Comunicação Social) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.
MOSTARO, F e HELAL, R. Foot-ball Mulato e o imaginário nacional: a atmosfera de sentidos da Copa de 1938. ALCEU (ONLINE), v. 19, p. 16-35, 2018.
MOSTARO, F; KISCHINHEVSKY, M. Narrativas sobre as primeiras transmissões de jogos internacionais da seleção brasileira. Revista LIS - Letra, Imagen, Sonido, Buenos Aires, v. 15, p. 147-165, 2016.
MOTTA, L. Análise Crítica da Narrativa. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2013.
O GLOBO, Rio de Janeiro, 05 jun – 12 jul, 1938.
PANDOLFI, D. (Org.). Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: FGV, 1999.
POSTMAN, N. Tecnopólio: a rendição da Cultura àtecnologia. São Paulo: Nobel, 1994.
RICOEUR, P. Tempo e Narrativa. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010.
SOUZA, D. O Brasil entra em campo! Construções e reconstruções da identidade nacional (1930-1947). São Paulo: Anablume, 2008.
WAGG, S. The football world: a contemporary social history. Harvester Press, 1984.
Downloads
Veröffentlicht
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
Copyright (c) 2024 Revista História: Debates e Tendências

Dieses Werk steht unter der Lizenz Creative Commons Namensnennung - Nicht-kommerziell - Keine Bearbeitungen 4.0 International.
Authors who publish in this journal agree to the following terms: Authors retain the copyright and grant the journal the right of first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License which allows the sharing of work with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal. Authors are authorized to take additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg, publish in institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal. Authors are allowed and encouraged to publish and distribute their work online (eg in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can generate productive changes as well as increase the impact and the citation of the published work (See The Effect of Free Access).