Uma história social da música popular gaúcha é possível?
Análise crítica da produção historiográfica sobre a música do Rio Grande do Sul
DOI :
https://doi.org/10.5335/hdtv.24n.2.16215Mots-clés :
Decolonialidade, História da música gaúcha, IdentidadeRésumé
Este artigo visa trazer reflexões sobre como se construiu a historiografia da música no estado brasileiro do Rio Grande do Sul, a fim de demonstrar como essa produção de conhecimento moldou e restringiu as representações do que hoje se compreende como “música gaúcha”. A investigação pretende mostrar como as narrativas criadas sobre a “sonoridade gaúcha” demonstram vieses excludentes, "produtores de subalternidade" (PLESCH, 2013), quanto a diversos tipos de indivíduos e musicalidades, segregadas por marcadores ideológicos e sociais como raça/etnia e gênero. Sugere-se uma abordagem que questione as narrativas tradicionais e explore os aspectos sociais envolvidos na construção dessa história musical. Deste modo, busca-se neste estudo desenvolver aportes para metodologias de ensino e pesquisa sobre música popular do Rio Grande do Sul com estratégias educativas decoloniais que possam ser usadas por professores e pesquisadores.
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