Ditadura, política nuclear e grupos empresariais: o caso da participação da KWU/Siemens e da Odebrecht na construção das usinas de Angra dos Reis
DOI:
https://doi.org/10.5335/hdtv.3n.19.9867Palabras clave:
Usina nuclear de Angra dos Reis, Ditadura empresarial-militar brasileira, EmpresariadoResumen
El artículo problematiza la relación entre grupos empresariales y la dictadura brasileña, analizando específicamente los intereses del capital privado nacional y extranjero en torno a la política nuclear y la obra de las usinas de Angra dos Reis. Con fuentes oficiales, prensa y documentos de las empresas involucradas, discutimos los beneficios concedidos por la dictadura para el grupo alemán KWU / Siemens, responsable de los reactores y equipos eléctricos de las usinas, y para la constructora brasileña Norberto Odebrecht, encargada de las obras civiles del proyecto. Entendemos que el caso estudiado tiene mucho que revelar sobre el carácter de la dictadura, que al mismo tiempo benefició al capital extranjero, amplió la dependencia económica y tecnológica del país y protegió ciertos grupos empresariales domésticos, que ganaron proyección en el país y en el exterior a partir de entonces.
Descargas
Referencias
BRANDÃO, Rafael Vaz da Motta. O Negócio do Século: o acordo de cooperação nuclear Brasil - Alemanha. Rio de Janeiro: Autografia, 2017.
BRASIL (1969). Presidência da República. Atos do Poder Executivo. Decreto no 64.345, de 10 de abril de 1969, p. 29. Disponível no portal da Câmara dos Deputados. Endereço: http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/republica/Colecao8.html acesso em 21 de novembro de 2018.
BRASIL (1975a). REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Acordo Entre o Governo da República Federativa do Brasil e do Governo da República Federal da Alemanha Sobre Cooperação no Campo dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear, 1975. Arquivo Antônio Azeredo da Silveira, CPDOC.
BRASIL (1975b). REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Discurso do Ministro Genscher no Almoço Oferecido ao Ministro Azeredo da Silveira. Diário do Congresso Nacional, Seção II, 28/06/1975.
BRASIL (1975c). REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. “Relatório da Comissão de Relações Exteriores sobre o Projeto de Decreto Legislativo no 25 que Aprova o Texto do Acordo Sobre Cooperação nos Campo dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear, assinado entre a RFA e o Brasil, em Bonn, em 27 de junho de 1975”. Arquivo Antônio Azeredo da Silveira, CPDOC.
BRASIL (1975d). REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Protocolo de Instrumentos Sobre a Implantação do Acordo Entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Federal da Alemanha Sobre Cooperação no Campo dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear. Arquivo Antônio Azeredo da Silveira, CPDOC.
CAMPOS, Pedro Henrique Pedreira. Estranhas Catedrais: as empreiteiras brasileiras e a ditadura civil-militar, 1964-1988. Niterói: Eduff, 2014.
CASTRO, Antonio Barros de; SOUZA, Francisco Eduardo Pires de. A Economia Brasileira em Marcha Forçada. 2ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
DREIFUSS, René Armand. 1964: a conquista do Estado. Petrópolis: Vozes, 1981.
ELETROBRÁS. Plano de Atendimento aos Requisitos de Energia Elétrica das Regiões Sul e Sudeste até 1990. Rio de Janeiro: Eletrobrás, 1974.
FONSECA, Pedro Cezar Dutra; MONTEIRO, Sergio Marley Modesto. O Estado e as suas razões: o II PND. Revista de Economia Política, v. 28, n. 109, p. 28-29, 2007.
GASPAR, Malu. “O código Odebrecht”. Piauí. Ano 11, no 121, outubro de 2016, p. 18-30.
GASPARI, Elio. A Ditadura Encurralada. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
GIROTTI, Carlos A. Estado Nuclear no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1984.
GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. Volume 3: Maquiavel; Notas sobre o Estado e a política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000 [1932-1934].
IANNI, Octavio. Estado e Planejamento Econômico no Brasil. 4ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986 [1971].
JORNAL DO BRASIL (1979a). “NUCLEN se adaptou às S.A., mas acordo não”. Jornal do Brasil, 24 de agosto de 1979.
JORNAL DO BRASIL (1979b). “Contrato de Acionistas da NUCLEN, assinado em 17 de dezembro de 1975, entre a Nuclebrás e a KWU”, Item 14. “Os pontos críticos do acordo da NUCLEN”. Jornal do Brasil, 26/08/1979, p. 30.
LESSA, Carlos. Estratégia de Desenvolvimento 1974-1976: sonho e fracasso. Brasília: Funcep, 1988.
MANTEGA, Guido; MORAES, Maria. Acumulação Monopolista e Crises no Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
MELO, Jorge José de. Boilesen, um Empresário da Ditadura: a questão do apoio do empresariado paulista àOban/Operação Bandeirantes. Dissertação de mestrado em História. Niterói: UFF, 2012.
MENDES, Murillo Valle; ATTUCH, Leonardo. Quebra de Contrato: o pesadelo dos brasileiros. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
MIROW, Kurt Rudolf. A Loucura Nuclear: enganos do Acordo Nuclear Brasil – Alemanha. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.
MORAES, Maria; MANTEGA, Guido. Acumulação Monopolista e Crises no Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991 [1980].
ODEBRECHT Informa (1973). Ano I, no 1. Salvador, 20 de outubro de 1973.
O EMPREITEIRO (1972a). Edição de maio de 1972, no 52.
O EMPREITEIRO (1972b). Edição de outubro de 1972, no 57.
O EMPREITEIRO (1972c). Edição de novembro de 1972, no 58.
O EMPREITEIRO (1977). Edição de janeiro de 1977, no 108.
O EMPREITEIRO (1978). Edição de agosto de 1978, no 127.
O EMPREITEIRO (1979a). Edição de julho de 1979, no 138.
O EMPREITEIRO (1979b). Edição de novembro de 1979, no 142.
O EMPREITEIRO (1980a). Edição de maio de 1980, no 148.
O EMPREITEIRO (1980b). Edição de julho de 1980, no 150.
O EMPREITEIRO (1981). Edição de agosto de 1981, no 164.
O GLOBO (2009). Edição de 30 de agosto de 2009, p. 20. ‘Fator Odebrecht’ e ‘Segue...’. Coluna de Ancelmo Góis.
QUINTELLA, Wilson. Memórias do Brasil Grande: a história das maiores obras do país dos homens que as fizeram. São Paulo: Saraiva / Vigília, 2008.
ROSA, Luiz Pinguelli. A política nuclear e o caminho das armas atômicas. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
ROSA, Luiz Pinguelli; SIGAUD, Lygia; MIELNIK, Otávio (org.). Impactos de Grandes Projetos Hidrelétricos e Nucleares: aspectos econômicos, tecnológicos, ambientais e sociais. São Paulo: Marco Zero, 1988.
SCHILLING, Paulo R. O Expansionismo Brasileiro: a geopolítica do general Golbery e a diplomacia do Itamarati. São Paulo: Global, 1981.