A história intelectual e a virada ontológica na antropologia

Auteurs

  • Carlos Henrique Armani Universidade Federal de Santa Maria

DOI :

https://doi.org/10.5335/hdtv.1n.20.10410

Mots-clés :

Antropologia, História intelectual, Virada ontológica

Résumé

O presente artigo pretende mostrar uma investigação sobre a contribuição que a virada ontológica na antropologia contemporânea pode proporcionar para a história intelectual. Trata-se de pensá-la como uma resposta à virada linguística ao se evocar o primado ontológico conferido aos existentes, incluindo não humanos, o que reforça seu caráter materialista, por vezes antinarrativista e antitextualista. O artigo divide-se em três partes: a primeira apresenta algumas características da história intelectual no interior da virada linguística e para além dela; a segunda apresenta algumas ideias da virada ontológica na antropologia, consubstanciadas na antropologia simétrica, no perspectivismo ameríndio e na antropologia da natureza; por fim, lança mão de um exemplo empírico da história intelectual no Brasil que pode permitir uma leitura da obra como presença de duas ontologias: a naturalista e a animista. Trata-se da obra Os sertões, de Euclides da Cunha.

 

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

ANKERSMIT, Frank. The Linguist Turn, Literary Theory and Theory of History. In: ANKERSMIT, Frank. Historical Representation, Stanford: Stanford Press, p. 29-74, 2001.
CARR, David. Experience and History: phenomenological perspectives on the historical world. Nova York: Oxford University Press, 2014.
CARR, David. Time, Narrative, and History. Bloomington/Indianapolis: Indiana University Press, 1991.
CLEMENS, Justin. Vomit Apocalypse; or Quentin Meillassoux’s After finitude. Parrehesia, n. 18, p. 57-67, 2013.
CUNHA, Euclides da. Os sertões. [1902]. São Paulo: Brasiliense, 1985.
DESCOLA, Philippe. Estrutura ou sentimento: a relação com o animal na Amazônia. Mana, n. 4, v. 1, p. 23-45, 1998.
DESCOLA, Philippe. As lanças do crepúsculo: relações jivaro na Alta Amazônia. São Paulo: Cosac Naify, 2006.
DESCOLA, Philippe. Más allá de naturaleza y cultura. Buenos Aires: Amorrortu, 2012.
DESCOLA, Philippe. Além de natureza e cultura. Tessituras, v. 3, n. 1, p. 7-33, 2015.
KOSELLECK, Reinhart. Teoria da história e hermenêutica. In: KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo. Rio de Janeiro: PUC/Contratempo, p. 91-109, 2014.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Cia. das Letras, 2019.
LACAPRA, Dominick. Rethinking intellectual history: texts, contexts, language. Ithaca: Cornell University Press, 1983.
LACAPRA, Dominick. Understanding others: peoples, animals, pasts. Ithaca: Cornell University Press, 2018.
LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos. São Paulo: Ed. 34, 1994.
LATOUR, Bruno. War of the Worlds: What about Peace? Chicago: Prickly Paradigm Press, 2002.
RORTY, Richard. El giro lingüístico. Barcelona: Paidós, 1990.
SÁ JÚNIOR, Luiz César de. Philippe Descola e a virada ontológica na antropologia. Ilha, v. 16, n. 2, p.7-36, ago/dez 2014.
SANTOS, Luis Henrique dos. Russell: vida e obra. In: RUSSELL, Bertrand. Ensaios escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, p. VI-XX, 1978.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio. Mana, n. 2, v. 2, p.115-44, 1996.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Encontros. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2008.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísicas canibais. São Paulo: Cosac Naify, 2015.

Téléchargements

Publiée

2019-12-14

Comment citer

A história intelectual e a virada ontológica na antropologia. (2019). Revista História: Debates E Tendências, 20(1), 36-52. https://doi.org/10.5335/hdtv.1n.20.10410