A contestação da identidade comunitária através da privatização dos territórios florestais comunais do Rio Grande do Sul, durante o século XIX

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DOI :

https://doi.org/10.5335/hdtv.22n.3.13291

Mots-clés :

Identidade comunitária, privatização, áreas florestais comunais

Résumé

A prática e a mentalidade comunitária são características de muitos grupos populacionais do mundo e, no Brasil, houve várias experiências nesse sentido. O presente texto abordará o caso específico do Rio Grande do Sul, de meados dos mil e oitocentos, particularmente dos territórios florestais comunais. A narrativa será centrada na contestação da identidade comunitária através da privatização dos referidos territórios, discutindo os processos socio-históricos que conduziram a um desenvolvimento regional muito particular, permeados de conflitos e tensões. Pretende-se compreender o norte do Rio Grande do Sul, pontualmente a região que envolveu os então municípios de Cruz Alta e Palmeira das Missões, no momento que se discutia e se aprovava a Lei de Terras de 1850.

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Biographie de l'auteur

  • José Antonio Moraes do Nascimento, Universidade de Santa Cruz, Brasil

    Professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e dos Cursos de História e Geografia da Universidade de Santa Cruz do Sul. Doutor em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. E-mail: josenasc@unisc.br

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Publiée

2022-08-31

Comment citer

A contestação da identidade comunitária através da privatização dos territórios florestais comunais do Rio Grande do Sul, durante o século XIX. (2022). Revista História: Debates E Tendências, 22(3), 196-214. https://doi.org/10.5335/hdtv.22n.3.13291