Situações intermediárias entre a escravidão e a liberdade:
o caso da parda Marcelina.
DOI:
https://doi.org/10.5335/hdtv.23n.1.13984Palavras-chave:
Ensino de História; reescravização; inclusãoResumo
As pesquisas a respeito da condição cativa no Brasil, sobretudo no Brasil imperial, têm se voltado a trabalhar numa redução de escala onde são visibilizados sujeitos escravizados na luta pela liberdade. Entre as fontes utilizadas nesses trabalhos, também se encontram processos judiciais onde escravos aparecem na condição de vítimas ou de réus. O processo em questão está acervado no Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS). O caso de Marcelina, liberta sob condição de trabalhar para seus senhores até a morte desses, se enquadra nessa lógica. Ela foi colocada nessa condição na antevéspera do Natal de 1869, o que não significou que tenha tido sua vida transformada por esse ato. O processo evidencia violência de várias naturezas, entre elas sevícias e agressões. Ferida, Marcelina buscou, na rede de suas relações, sair da esfera do domínio senhorial para ser depositada em outra residência. A trama do processo demonstra, nesse pequeno universo, além da rede de relações, temas caros a pesquisa que diz respeito a sujeitos escravizados, tais como: violência, agressões, disputas de classe, arranjos jurídicos e os mecanismos de manutenção do estatuto escravista.
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