State (criminal) violence
the Brazilian dictatorship and the deepening of the authoritarian model of the police institution
DOI:
https://doi.org/10.5335/srph.v21i1.13359Keywords:
Colonial and Racist Police Violence, Civil-Military Dictatorship, State crimesAbstract
This article has as its theme the violence legitimized by the State, especially those crystallized in police agencies. Through the hypothetical-deductive approach method and bibliographic review, the following research problems are based on the: What is the role of the dictatorial regime and the Doctrine of National Security in the structuring of a legal-institutional framework in relation to the Armed Forces and police? Have the legacies of this authoritarian period crystallized and intensified a model of police action as a state device of death? The research is divided into two stages, initially addressing the dictatorial regime of 1964-1985 and the dissemination of policies based on the paradigm of the Doctrine of National Security, in the second stage the negotiated redemocratization and clauses aimed at the military within the Federal Constitution of 1988. It is concluded that despite the colonial violence that founds the Brazilian State, this ancestral violence cannot be the object of normalization and naturalization of the exception as a rule, in other words, not "accepting" a kind of historical homogenization, since police devices and their intrinsically violent(s) and lethal actions cannot be considered as criminal routines in a democratic context. Therefore, the function of the Brazilian dictatorship was to deepen the historical condition of colonial and racist police violence, thus the structuring of police institutions as state devices of death, now strengthened and legitimized under the mantle of Democracy.
Downloads
References
AMARAL, Augusto Jobim do; FIEDLER, Cássia Zimmermann; PILAU, Lucas e Silva Batista; MEDINA, Roberta da Silva. As forças policiais nas “Jornadas de Junho” de 2013: um estudo sobre a criminalização das manifestações em Porto Alegre/rs. Revista Insurgência, Brasília, v. 3, n. 2, 2017.
AMARAL, Augusto Jobim do. Política da criminologia. São Paulo: Tirant lo Blanch, 2020.
ANISTIA INTERNACIONAL. Brasil lidera número de assassinatos de diversos grupos de 126 pessoas em 2017, aponta Anistia Internacional em novo relatório. 2018. Disponível em: https://anistia.org.br/noticias/brasil-lidera-numero-de-assassinatos-de-diversos-grupos-de-pessoas-em-2017-aponta-anistia-internacional-em-novo-relatorio/. Acesso em: 21 de fevereiro de 2022.
ARANTES, Paulo Eduardo. 1964, o ano que não terminou. In: TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir (Org.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.
AREND, Kathiana Pfluck. Violência, punitivismo e criminalização da pobreza: as raízes do estado penal à brasileira. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Curso de Pós-Graduação em Serviço Social, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2020.
BERCOVICI, Gilberto. “O Direito Constitucional Passa, O Direito Administrativo permanece”: A persistência da estrutura administrativa de 1967. In: TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir (Org.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.
BRASIL. Alvará de 10 de maio de 1808. 1808. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Atos/alv/1808/alv-10-5-1808.html. Acesso em: 21 de fevereiro de 2022.
BRASIL. Ato institucional n°1, de 9 de abril de 1964. 1964. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/AIT/ait-01-64.htm. Acesso em: 21 de fevereiro de 2022.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 21 de fevereiro de 2022.
BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Relatório. Brasília: CNV, 2014. Disponível em: http://www.memoriasreveladas.gov.br/administrator/components/com_simplefilemanager/uploads/CNV/relat%C3%B3rio%20cnv%20volume_1_digital.pdf. Acesso em: 21 de fevereiro de 2022.
CARLEN, Pat. Criminologias Alternativas. In: CARLEN, Pat; FRANÇA, Leandro Ayres
(Orgs.). Criminologias Alternativas. Porto Alegre: Canal Ciências Criminais, 2017.
COGGIOLA, Osvaldo. Governos Militares na América Latina. São Paulo: Editora Contexto, 2001.
DIAS, Felipe da Veiga; AMARAL, Augusto Jobim do. A violência (criminosa) da atuação
penal estatal e sua insustentabilidade social: retratos de um Estado de polícia brasileiro.
Revista de Direitos e Garantias Fundamentais, 2019.
GASPAROTTO, Alessandra. “O Terror renegado”: uma reflexão sobre os episódios de retratação pública protagonizados por integrantes de organização de combate à ditadura civil-militar no Brasil (1970-1975). Dissertação (Mestrado em História) – Curso de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.
GOMES, Maíra Siman. A “pacificação” como prática de “política externa” de (re)produção do self estatal: reescrevendo o engajamento do Brasil na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH). Tese (Doutorado em Relações Internacionais) – Curso de Pós-Graduação em Relações Internacionais, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.
GONÇALVES. Carmen Regina Abreu. Comissão Nacional da Verdade: um acontecimento entre o passado e o futuro do Brasil. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) – Curso de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação, Universidade Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2016.
ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Instituto de Segurança Pública. 2022. Disponível em: http://www.ispvisualizacao.rj.gov.br/index.html. Acesso em: 21 de fevereiro de 2022.
FERREIRA, Luciano Vaz. Os preceitos da doutrina da segurança nacional e sua implementação no Brasil. Revista Novatio Iuris, v.4, n.2, ago.-dez., 2012.
FICO, Carlos. O golpe de 1964: momentos decisivos. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2014.
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública. 2021. Disponível em: https://forumseguranca.org.br/anuario-brasileiro-seguranca-publica/#:~:text=O%20Anu%C3%A1rio%20Brasileiro%20de%20Seguran%C3%A7a%20P%C3%BAblica%20se%20baseia,transpar%C3%AAncia%20e%20da%20presta%C3%A7%C3%A3o%20de%20contas%20na%20. Acesso em: 21 de fevereiro de 2022.
FRANCO, Marielle. UPP a redução da favela a três letras: uma análise da política de segurança pública do estado do Rio de Janeiro. São Paulo: n-1 edições, 2018.
KEHL, Maria Rita. Tortura e sintoma social. In: TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir (Org.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.
LEMOS, Renato Luis do Couto Neto e. Notas sobre a Militarização da Democracia Brasileira: para além das armas. 2019. Disponível em: https://www.academia.edu/39979892/A_militariza%C3%A7%C3%A3o_da_democracia_no_Brasil_muito_al%C3%A9m_das_armas_Notas_de_pesquisa. Acesso em: 21 de fevereiro de 2022.
MAIA, Tatyana de Amaral. Civismo e cidadania num regime de exceção: as políticas de formação do cidadão na ditadura civil-militar (1964 - 1985). Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 5, n.10, jul./dez. 2013. p. 182–206.
MATHIAS, Suzeley Kalil; GUZZI, André Cavaller. Autonomia na Lei: as forças armadas nas constituições nacionais. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v.25, n. 73, 2010.
MENDES, Ricardo Antonio Souza. Ditaduras civil-militares no Cone Sul e a Doutrina de Segurança Nacional – algumas considerações sobre a Historiografia. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 5, n.10, jul./dez. 2013. p. 06 - 38.
MIGUEL, Luis Felipe. Segurança e desenvolvimento: peculiaridades da ideologia da segurança nacional no Brasil. Diálogos Latinoamericanos, n. 5, 2002, pp. 40-56.
OLIVEIRA, Raphael. Otimismo em tempos de repressão: a publicidade inspirada na
propaganda do Governo Médici. Dissertação (Mestrado em História Social) – Curso de Pós-Graduação em História Social, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2014.
PADRÓS, Enrique Serra. História do tempo presente, ditaduras de segurança nacional e
arquivos repressivos. Tempo e argumento, Florianópolis, v .1, n. 1, pp. 30-45,jan/jun. 2009.
RODRIGUES, Carla. O luto entre clínica e política: Judith Butler para além do gênero, Belo Horizonte: Autêntica, 2021.
SAFATLE, Vladimir. Do uso da violência contra o Estado ilegal. In: TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir (Org.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.
SANTOS, Everton Rodrigo. Ideologia e dominação no Brasil (1974-1989): um estudo sobre a Escola Superior de Guerra. Sociedade e Estado, Brasília, v. 22, n. 1, p. 153-185, jan./abr., 2007.
SANTOS, Lucas da Silva. Polícia versus Democracia: a produção acadêmica sobre violência policial no Brasil. Dissertação (Mestrado em Ciências Criminais) – Curso de Pós-Graduação em Ciências Criminais, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2021.
SILVA, Débora Maria da; DARA, Danilo. Mães e familiares de vítimas do Estado: a luta autônoma de quem sente na pele a violência policial. In: KUCINSKI, Bernardo [et. al.] (Orgs.). Bala perdida: a violência policial no Brasil e os desafios para sua superação, São Paulo: Boitempo, 2015.
SILVA FILHO, José Carlos Moreira da. O anjo da história e a memória das vítimas: o caso da ditadura militar no Brasil. Veritas, Porto Alegre, v. 53, n.2, abr./jun., 2008, pp. 150-178.
SILVA FILHO, José Carlos Moreira da. Crimes do Estado e Justiça de Transição. Sistema Penal & Violência, Porto Alegre, v. 2, n. 2, p. 22-35, jul./dez. 2010.
SOARES, Luiz Eduardo. Desmilitarizar: segurança pública e direitos humanos. São Paulo: Boitempo, 2019.
TELES, Edson. Entre justiça e violência: estado de exceção nas democracias do Brasil e da África do Sul. In: TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir (Org.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010(a).
TELES, Janaína de Almeida. Os familiares de mortos e desaparecidos políticos e a luta por “verdade e justiça” no Brasil. In: TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir (Org.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010(b).
ZAFFARONI, Eugenio Raúl. El enemigo em el derecho penal. Bueno Aires: Ediar, 2006.
ZAVERUCHA, Jorge. Relações civil-militares: o legado autoritário da Constituição Brasileira de 1988. In: TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir (Org.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional – CC-BY que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado, de acordo ainda com a democratização científica prevista pela Ciência Aberta.