Ressignificações históricas nas representações e re(a)presentações em “Bacurau”
DOI:
https://doi.org/10.5335/srph.v20i3.13103Palavras-chave:
Cinema, Nordeste, Reconstruções ImagéticasResumo
Este artigo discute as ressignificações históricas no filme “Bacurau” (2019). Assim, são postos à luz conceitos teórico-críticos como o de representação, baseando-se em Hall (2006) e Chartier (2002) no âmbito dos Estudos Culturais e da História Cultural, respectivamente, bem como as noções de poder e distinção em Bourdieu (1989), isso para entender os agenciamentos e as significações espaciais na diegese. Ademais, a linguagem fílmica é tida como lócus de posicionamentos que partem dos autores e do mundo que os rodeia, além daqueles que recebem as a obra, essas imagens-movimento que são abordadas como textos passíveis de leitura, como uma escrita em imagens. Entende-se, ao fim, que a obra traz elementos que engendrem narrativas anticoloniais aos povos social e historicamente subalternizados.
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Filmografia
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