O papel do poder local no município de Santo Augusto na Revolução de 1923
DOI:
https://doi.org/10.5335/srph.v24i1.16998Palavras-chave:
Cemitério, Coronelismo, Rio Grande do SulResumo
O presente trabalho investiga o papel do poder local no município de Santo Augusto, Rio Grande do Sul, no contexto da Revolução de 1923, articulando coronelismo e memória histórica. Analisando como as estruturas locais influenciaram a dinâmica do conflito, demonstra-se que o legado violento da Revolução Federalista perpetuou rivalidades e alianças, materializadas no Cemitério dos Degolados. Os resultados evidenciam que o coronelismo gaúcho transcendia lealdades partidárias, vinculando-se a disputas por terras e vinganças pessoais. O cemitério, embora originado de um episódio específico de degola em 1923, consolidou-se como marco da memória coletiva. Conclui-se que a Revolução de 1923 não foi apenas um conflito ideológico, mas um reflexo de tensões locais imbricadas na cultura política sul-rio-grandense, marcada pelo personalismo e pela violência estrutural.
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