A circulação de fórmulas discursivas em livros ilustrados

Autores

  • Patricia Ferreira Neves Ribeiro

Palavras-chave:

Fórmula discursiva. Reenunciação. Imaginário sociodiscursivo.

Resumo

Nesta pesquisa, procede-se à investigação do emprego de fórmulas discursivas – conforme definição de Alice Krieg-Planque (2010) – e de suas alterações em livros infantis ilustrados. Considerando-as como um produtivo espaço para a difusão da estereotipia – da perspectiva de Amossy (1991) e Amossy e Hershberg Pierrot (1997) – e de seu simultâneo deslocamento, deseja-se problematizar o uso de fórmulas discursivas (re)enunciadas no universo dos livros ilustrados para crianças, com vistas a esclarecer os possíveis jogos de poder instaurados e a contribuir para a formação do leitor “aprendiz”. Com efeito, deseja-se verificar se as fórmulas (re)enunciadas funcionam apenas como um regime próprio de citação de enunciados (des)cristalizados, ou como, efetivamente, mecanismos estratégicos para a construção de determinados sentidos, os quais “falam” discursivamente sobre a maneira como os valores e princípios de uma comunidade são postos em narrativa e sustentam certos imaginários sociodiscursivos – conforme noção tomada da semiolinguística de Charaudeau (2006, 2007, 2008, 2010). Para a realização do estudo, esta pesquisa debruça-se sobre um corpus formado pelos livros No caminho de Alvinho tinha uma pedra..., de Ruth Rocha e Ivan Zigg, e Julieta de bicicleta, de Liana Leão e Márcia Széliga. No âmbito dos procedimentos de análise, o corpus é submetido a uma “radiografia” feita em nível qualitativo, visando à descrição e à avaliação das opções sintático-semânticas e lexicais de (re)construção das fórmulas discursivas. Como fundamentação teórica, adota se, também, para a confecção do trabalho, no quadro da teoria francesa de análise do discurso, a noção de détournement, cunhada por Gréssilon e Maingueneau (1984).

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Publicado

2014-05-12

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A circulação de fórmulas discursivas em livros ilustrados. (2014). Revista Desenredo, 9(2). https://ojs.upf.br/index.php/rd/article/view/3857