O cuidado do presente como entrave para a construção do sentido da existência, em O amanuense Belmiro

Autores

  • Edson Ribeiro da Silva Centro Universitário Campos de Andrade (Uniandrade)

Palavras-chave:

Diário. Cyro dos Anjos. Identidade. O amanuense Belmiro.

Resumo

Bakhtin trata da natureza plurilinguística do romance, atentando para a assimilação que este faz de gêneros diversos. O formato de diário permite ao romance atentar para o presente, aproximando a narrativa do cotidiano e resulta na incompletude própria daquele gênero. Se o cuidado de si possibilita o reconhecimento da própria identidade, conforme Foucault, o diário, voltado para o presente, exemplifica momentos desse cuidado. Heidegger, no entanto, aponta o cuidado do presente como entrave para a constituição de um ser autêntico, cuja existência faça sentido; apenas a atenção para o futuro, como projeto de ser, pode libertar o ser da impessoalidade do cotidiano. Essa natureza contraditória do diário é observada, aqui, no romance O amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos, que mostra um homem reflexivo. Nele, a ocupação com o cotidiano enclausura o ser na impessoalidade e gera o medo de realizar seu projeto. O ser fracassa e faz da ocupação com o presente um modo de suportar a falta de sentido da existência.

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Biografia do Autor

  • Edson Ribeiro da Silva, Centro Universitário Campos de Andrade (Uniandrade)
    Professor do curso de Mestrado em Teoria Literária da Uniandrade, em Curitiba, Paraná. Pós-doutor pela Universidade Estadual de Londrina.

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Publicado

2017-06-08

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

O cuidado do presente como entrave para a construção do sentido da existência, em O amanuense Belmiro. (2017). Revista Desenredo, 13(1). https://ojs.upf.br/index.php/rd/article/view/6724