Potenciais experiências estéticas da pessoa com deficiência intelectual na escola inclusiva pela leitura do literário

Resumo

Este artigo, tem como objetivo examinar o movimento de mediação sensível do literário, a partir de uma experiência estética vivenciada por um estudante com deficiência intelectual, em colaboração com professor e demais estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Trata-se de um recorte de uma pesquisa mais ampla, no âmbito dos estudos de mestrado, que procurou discutir os desafios de uma educação estética direcionada a pessoas com deficiência intelectual no contexto da escola inclusiva, por meio da mediação da leitura do literário. Os referenciais teóricos da pesquisa pautaram-se nos estudos sobre: imaginação criadora na abordagem histórico-cultural, mediação do texto literário e saber sensível; e experiência e o saber da experiência com a partilha do sensível. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de campo, do tipo pesquisa colaborativa, a qual envolveu professores da sala comum, um estudante com deficiência intelectual e seus colegas do Ensino Fundamental de uma escola pública municipal de Itajaí, Santa Catarina. As estratégias de pesquisa basearam-se na observação no espaço da sala de aula e na intervenção colaborativa. A intervenção previu a mediação do texto literário intitulado Olhos de Dragão, de Neitzel e Barros (2019), com experiências colaborativas de criação estética produzida pelo estudante e seus colegas de turma na sala de aula. A pesquisa apresenta contribuições para os estudos do campo da mediação literária e da Educação inclusiva, tendo a literatura como contribuição para o desenvolvimento crítico, sensível e estético dos estudantes. Os resultados apontaram que as experiências coletivas e colaborativas propiciaram aprendizagens qualitativas entre estudantes com deficiência intelectual, seus colegas de classe, professor e pesquisador, além da percepção do processo de recepção e interação diante das experiências de representação simbólica e criativa.