O demoníaco e o supereu em Grande Sertão: Veredas: ecos do pai
DOI:
https://doi.org/10.5335/rdes.v21i2.16640Palavras-chave:
Demoníaco, Supereu, Grande Sertão: Veredas, Pai, MetapsicologiaResumo
Na literatura, o demoníaco pode ser abordado a partir dos termos do destino e do infortúnio, comparecendo na teorização e na obra literária de um dos escritores mais caros ao percurso freudiano: Goethe. Este artigo investiga as incidências do supereu no pacto demoníaco a partir do tratamento singular que lhes confere Guimarães Rosa no romance Grande Sertão: Veredas. O destino articula-se, em termos metapsicológicos, à repetição, noção complexa que apresenta uma face voltada para o simbólico e outra voltada para o real. Esse duplo pertencimento da enigmática figura do destino será mais tarde teorizado por Lacan num esforço de formalização que buscou demonstrar a exigência estrutural da tique e do automaton no funcionamento da cadeia significante. Com Lacan, a compulsão de destino irá levar a uma pergunta sobre as condições de simbolização de um real sempre refratário à integralização na cadeia e que, desde Freud, pode ser encontrado nos distintos tratamentos que confere ao pai. Se o demoníaco diz respeito ao problema mais vasto do destino e do infortúnio desde seu comparecimento na literatura, propomos que o pacto com o demônio constituiu uma de suas expressões e nos permitiu decantar os registros do real, do simbólico e do imaginário no tratamento que Freud confere ao pai.
Downloads
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.

Este artigo está licenciado com a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.