Nos interstícios do discurso: o (des)encontro de culturas
Palavras-chave:
Cultura. Identidade. Conquista da América. Descoberta do outro.Resumo
A chegada dos espanhóis ao México, em 1519, desencadeou um confronto cultural que culminou na reelaboração de identidades. Nesse processo, teve especial relevo a índia Malinche, que, mediando as relações entre conquistadores e astecas, foi perpetuada pela tradição oral como a traidora de seu povo e responsável pelo massacre de sua cultura. O presente artigo, ao articular os campos discursivos da história e o literário, analisa o papel de Malinche, buscando compreender a complexidade da trama cultural em que estavam envolvidos os personagens da conquista do México. Para essa compreensão consideram-se textos históricos e, sobretudo, o romance Malinche, de Laura Esquivel, que, tendo recolhido da oralidade a história da índia, propõe um novo olhar sobre suas angústias, anseios e ações. Ao conceder a Malinche a possibilidade de enunciar suas próprias palavras, a romancista revela conflitos que outrora permaneceram encerrados no íntimo da personagem e provoca no leitor reflexões sobre embates culturais que constituíram a identidade mesoamericana.Downloads
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença

Este artigo está licenciado com a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.