A formação do professor de português: relações entre currículo e concepções de linguagem

Abstract

Este artigo apresenta uma síntese de uma investigação longitudinal (2004 a 2010) de um curso de letras catarinense a fim de desenhar o seu cenário histórico e compreender as implicações legais e curriculares das reformas e reformulações sofridas ao longo dos quarenta anos de existência do curso. O foco central é compreender os ecos presentes nas reformulações curriculares do curso. Para a recolha dos dados foram entrevistados egressos entre 1993 e 2008 e duas professoras que atuaram como coordenadoras e responsáveis pelo estágio. A materialidade lingüística das entrevistas permitiu uma análise enunciativa que sinaliza para alguns aspectos relevantes para a formação do professor e para a organização curricular de cursos de licenciatura. Os resultados evidenciam movimentos que atingem a distribuição das horas de estágio e sua ampliação nos últimos anos, levando em conta mais os aspectos legais do que os movimentos internos aos cursos de licenciatura; mobilizam novas concepções de linguagem que dialogam com as já existentes; permitem a organização da matriz curricular num diálogo mais amplo com outros espaços institucionais e entre os próprios professores formadores.