"Obscura tradição cultural" - representações sobre os indígenas na obra Capitania d'El Rey (1964)
DOI:
https://doi.org/10.5335/srph.v21i3.14191Palavras-chave:
historiografia sul-rio-grandense, decolonialidade, analise de discursoResumo
A partir da análise discursiva dos escritos de Moysés Vellinho em Capitania d’El-Rei (1964), buscou-se compreender as maneiras como o autor representou os indígenas em sua peça de linguagem. Deste modo, analisou-se a escrita da história de Vellinho a partir da observação dos lugares sociais ocupados pelo autor, de sua carreira profissional até sua atuação em diferentes espaços de saber, sobretudo o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRGS). Utilizando-nos da perspectiva decolonial de análise, que toma como ênfase as permanências simbólicas e culturais dos períodos de colonização, observamos a historiografia velliniana a partir dos constructos que o autor mobilizou em torno dos indígenas enquanto grupo, bem como (e sobretudo) das mulheres indígenas. Em outros termos, partiu-se da necessidade de analisar o discurso de Vellinho por meio de um viés crítico, desmantelando formações discursivas que perpetuam visões errôneas, preconceituosas e violentas.
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