A transfiguração do feminino na literatura brasileira:
uma análise sobre a figura da Maria Moura (1992) como símbolo de resistência e subversão aos papéis de gênero
DOI:
https://doi.org/10.5335/srph.v24i1.16804Palavras-chave:
Gênero, Literatura feminina, ResistênciaResumo
A pesquisa analisa a personagem Maria Moura, explorando como sua trajetória literária desafia os papéis de gênero tradicionais e subverte normas patriarcais. Utilizando teorias feministas, investiga-se a maneira como Maria Moura se torna um símbolo de resistência, rompendo com as estruturas de poder impostas às mulheres. No romance Memorial de Maria Moura, escrito por Rachel de Queiroz, a personagem se apresenta como uma figura de força e poder, desafiando as normas patriarcais e revelando complexas questões de gênero, opressão e autonomia em contextos socioculturais adversos. A análise sustenta que, entre os séculos XIX e XX, a sociedade brasileira, de natureza patriarcal, buscava subjugar as mulheres, mas Maria Moura se destaca ao encarnar a luta ativa por autonomia e poder, contrastando com as formas mais passivas de resistência. Assim, sua história questiona os papéis impostos e provoca reflexões sobre igualdade, identidade e a constante busca pela afirmação do direito de as mulheres ocuparem espaços de liderança e poder.
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