O ENSINO DE CIÊNCIAS FACE A HEGEMONIA DA RACIONALIDADE NEOLIBERAL: DESAFIOS E TENSIONAMENTOS NA ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
DOI:
https://doi.org/10.5335/rbecm.v6i2.15115Keywords:
Neoliberalismo, Razão-mundo hegemônica, Ensino de Ciências, Fundamentos éticos, DemocraciaAbstract
Resumo: No contexto contemporâneo, o neoliberalismo tornou-se uma racionalidade hegemônica, transversalizando os diferentes fenômenos culturais, sociais e políticos. Estas mudanças na esfera mercantil reverberam nos âmbitos psíquicos, provocando uma reconfiguração antropológica. Diante disso, reconhece-se que as propostas curriculares para o Ensino de Ciências não são inócuas às mudanças macroestruturais e a emergência do neosujeito, passando a ser tensionadas pela razão-mundo hegemônica. Neste ensaio, discorre-se acerca dos desafios e tensionamentos da hodiernidade ao Ensino de Ciências, evidenciando a necessidade de inserção de tópicos de História e Filosofia das Ciências no currículo escolar, a fim de formar capacidades necessárias para o bem estar político e econômico da sociedade. A fim de realizar o objetivo proposto, na primeira seção do ensaio disserta-se acerca da constituição subjetiva dos neosujeitos, argumentando que este indivíduo é incapaz de participar de discussões de caráter aprofundado, na medida em que prioriza a busca pelo entretenimento em substituição ao estudo necessário para compreender a complexidade do mundo. A ênfase no pragmatismo e na satisfação pessoal, promove o surgimento de novas expectativas sociais e políticas em relação à educação, induzindo mudanças endǵenas nas propostas curriculares. Na segunda seção, discorre-se acerca destas mudanças pedagógicas, realizando uma crítica aos fundamentos neoliberais subjacentes a elas. Enfatiza-se que a autorreferencialidade e o hedonismo promovidos por tais mudanças, levam à morte do homem público. Diante desse cenário, urge a necessidade de revisitar os fundamentos do Ensino de Ciências, reapropriando-se de uma gramática pedagógica perdida pela hegemonia da razão neolieral. Soma-se a isso, a urgência de pensar o lócus escolar como espaço de promoção do raciocínio, bem como um convite para desvelar a complexidade do mundo e realizar um julgamento crítico em relação ao mundo e as escolhas humanas. Na terceira seção, adota-se uma postura prognóstica, anunciando as possibilidades de organizar um currículo escolar que tenha como compromisso a formação de uma racionalidade contra-hegemônica, por meio da inclusão de tópicos de História e Filosofia das Ciências.
Palavras-chave: Neoliberalismo. Razão-mundo hegemônica. Ensino de Ciências. Fundamentos éticos. Democracia.
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