Revisitando mitologias pelas lentes dialógicas
Palavras-chave:
Mitologias contemporâneas. Roland Barthes. Publicidade. Verbo-visualidade. Análise dialógica do discurso.Resumo
Em Mitologias, obra publicada na França em 1957 e traduzida para o português em 1972, Roland Barthes reuniu textos cujo objetivo era realizar uma crítica ideológica da cultura dita de massa e, ao mesmo tempo, realizar uma desmontagem semiológica dessa linguagem. Embora tivesse predominantemente o visual e o verbo-visual como objeto de análise (fotografia, publicidade, imprensa, etc.), os ensaios não traziam ilustrações. Meio século depois, Jacqueline Guittard retoma esse trabalho, ilustrando-o com imagens da época. O resultado é a edição Mythologies ilustrées, com os textos integrais e mais de 120 ilustrações que possibilitam ver, hoje, imagens que serviram para que o autor demonstrasse, com perspicácia e ironia, o funcionamento mitológico de temas presentes na sociedade naquele momento. Neste artigo, o objetivo é discutir a possibilidade de leitura da verbo-visualidade, a partir da teoria dialógica do discurso proposta por Bakhtin e o Círculo, tomando como objeto um dos ensaios de Mythologies ilustrées: detergentes e saponáceos. Da perspectiva do verbal, têm-se a análise de Barthes. Da perspectiva visual, outra autoria junta-se para apresentar imagens, não propriamente extraídas dos baús do autor, mas recuperadas dos objetos de suas análises, os quais circulavam em seu tempo. Este artigo pretende discutir alguns sentidos e efeitos de sentido possibilitados pela articulação solidária verbal/visual, escrita/imagem nessa dupla autoria. Tratando-se do trabalho de leitura da sociedade e de suas crenças a partir de uma peça publicitária, também se pretende observar se/e quais os mitos aí detectados, pela desmontagem semiológica, resistem à leitura contemporânea ou se perdem no tempo.Downloads
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