A faceta negativa na ação pedagógica e seu caráter formativo
DOI:
https://doi.org/10.5335/rep.v28i3.12234Palavras-chave:
Herbart; Disciplina formativa; Ética; Conhecimentos e Práticas Educacionais.Resumo
A presente investigação resulta de uma revisão bibliográfica, de perspectiva epistemológica hermenêutica e analítica. Aborda o tema da dimensão negativa nos processos de formação humana. Tem por objetivo refletir e chamar a atenção para a importância da investigação e compreensão desta faceta da ação pedagógica, suas implicações e presença de modo geral na constituição e existência humana. Pretende oferecer uma reflexão sobre o caráter ontoantropológico da negação no processo de constituição dos sujeitos e sinalizar em que medida a presença da negação pode ser formativa ou prejudicial para o desenvolvimento humano. Para tanto, faz aproximação com o conceito de disciplina formativa da Pedagogia Geral de Johann Friedrich Herbart, que pode ser compreendida como suspensão do habitual, do já aceito, das crenças, proporcionando essencialmente um momento de descontinuidade e abertura para o mundo, permitindo aos sujeitos se tomarem em reflexão e reconstrução, visando o fortalecimento da capacidade de decisão moral. Constata-se assim, que a faceta negativa da ação pedagógica, ao se caracterizar não como negação do sujeito, mas como descontinuidade e consequente estranhamento e perplexidade, proporciona um momento de grande riqueza formativa fundamental para o conhecimento e às práticas pedagógicas.