Projetos de vida e a fabricação de subjetividades monetizáveis
uma crítica curricular ao Novo Ensino Médio no Sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5335/rep.v30i0.14363Palavras-chave:
Currículo Escolar, Novo Ensino Médio, Customização curricular, Projetos de VidaResumo
Neste artigo, examinamos as racionalidades políticas que atravessam a curricularização dos projetos de vida no Novo Ensino Médio, problematizando esse componente como uma tecnologia de rentabilização de estilos afetivos a partir da fabricação de subjetividades monetizáveis. Inicialmente, contextualizamos os processos que mobilizam a monetização de perfis individuais como imperativo educacional a partir do reposicionamento das lógicas do capital humano, o que é ratificado, contemporaneamente, por meio de reformas como a do Ensino Médio. A lapidação de estilos afetivos específicos por meio de tecnologias pedagógicas que priorizam o desenvolvimento de capacidades pessoais e que enfatizam a dimensão subjetiva é discutida em seguida, com os projetos de vida se mostrando como um recurso curricular para a customização dos percursos individuais dos estudantes. E, na seção seguinte, analisamos as concepções de projetos de vida contidas nos documentos que são referência para o Novo Ensino Médio nos estados do Paraná, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Esses referenciais explicitam a hipótese construída ao longo do estudo ao indicar a customização curricular almejada com os projetos de vida como uma ferramenta de constituição de subjetividades monetizáveis.