Pedagogia da ameaça: Uma análise dos padrões comunicativos de socialização no WhatsApp bolsonarista
DOI:
https://doi.org/10.5335/rep.v28i1.11465Palavras-chave:
socialização, nova direita, WhatsApp, bolsonarismoResumo
O objetivo deste trabalho é analisar aspectos da socialização nos grupos públicos bolsonaristas no aplicativo WhatsApp. O foco são os padrões comunicativos recorrentes nesse espaço. Utilizando como material de análise mensagens textuais e visuais, animações, memes e vídeos veiculados em comunidades virtuais de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, indica-se a existência de uma “pedagogia da ameaça”, com fluxo comunicativo centralizado, ausência de debates e nenhum espaço para o contraditório. A análise de conteúdo aponta intensa circulação de mensagens apoiadas em três padrões comunicativos fundamentais: 1- binômio amigo-inimigo, 2- apelo à emoção e 3- estratégias de desinformação. Defende-se que a plataforma virtual em tela se configura como uma mídia ideológica na acepção proposta por Thompson (1995), a de sentido a serviço do poder. Ao emular um estado de ameaça constante, o WhatsApp bolsonarista ambiciona reunir, alertar e convocar a militância para a defesa do presidente diante de perigos e intimidações.