A cultura escolar e a produção da cultura da escola com a entrada/permanência do "novo" na escola: um ensaio sobre os seus efeitos
DOI:
https://doi.org/10.5335/rep.v23i1.6337Palavras-chave:
Cotidiano escolar. Cultura escolar. Escola. Gestão.Resumo
O processo de universalização do ensino viveu diferentes momentos, impulsionado pelos meios populares organizados e pelo contexto econômico em constante transformação. Com este trabalho, pretende-se compreender as estratégias que as escolas estão produzindo para atender a grupos que, além de ter acesso à escola, permanecem nela em razão de programas sociais de diferentes naturezas e objetivos. Esses grupos levam consigo necessidades e demandas e projetam sobre esse ambiente ações, linguagens, concepções, que aprofundam a heterogeneidade presente no cotidiano escolar e tensionam a tendência à homogeneização, peculiar a esse espaço. Inicialmente, aprofundam-se aspectos desse contexto por meio da exploração de três categorias: o “novo”, tendo por referência os trabalhos de Sader (1988) e de Ezpeleta e Rockwell (1989), a cultura escolar, com base em Viñao Frago (2005) e Forquin (1993), dentre outros, e a cultura da escola, por meio dos estudos de Lahire (2005) e Mafra (2003). Na sequência, com base em um estudo de caso etnográfico realizado em duas escolas públicas do município de Passo Fundo, RS, são expostas cenas que remetem a duas estratégias – acolhimento e relação família/escola – utilizadas pelas escolas para administrar as tensões que esse cenário produz. Conclui-se que, quando novos personagens entram em cena, os tensionamentos próprios do caráter público imposto historicamente à escola se exacerbam e velhas contradições se tornam mais evidentes. As escolas fazem um grande esforço para acolher e fazer com que o “novo” permaneça na escola, por vezes, reforçando o ideal de padronização e a imposição de regras próprias da cultura escolar, e, por outras, recrudescendo os problemas vividos pelas crianças e jovens, ao buscar na família apoio para pressioná-los a adequarem-se ao seu modo de operar. Observa-se, ainda, que o projeto de formação da escola sucumbe à necessidade de administrar o caos que se entranhou em seu cotidiano, sem que consiga oferecer razões aos jovens e às crianças para que assumam um lugar nesse projeto.Downloads
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Publicado
2016-09-07
Edição
Seção
Artigos
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Como Citar
A cultura escolar e a produção da cultura da escola com a entrada/permanência do "novo" na escola: um ensaio sobre os seus efeitos. Revista Espaço Pedagógico, [S. l.], v. 23, n. 1, 2016. DOI: 10.5335/rep.v23i1.6337. Disponível em: https://ojs.upf.br/index.php/rep/article/view/6337. Acesso em: 15 out. 2025.