Justiça Aberta para populações colonizadas: troca de saberes na judicialização das questões políticas

intercambio de conocimientos en la judicialización de cuestiones políticas

Autores

  • André Augusto Salvador Bezerra Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, ENFAM, Brasília, DF

DOI:

https://doi.org/10.5335/rjd.v37i1.14768

Palavras-chave:

Judicialização. Política. Democracia. Colonialismo. Justiça Aberta.

Resumo

A intensa judicialização das questões políticas é uma realidade que impõe reflexões acerca de suas potencialidades democráticas. Neste contexto, o artigo tem como objetivo apontar como o Judiciário pode fortalecer a democracia brasileira atuando para que estratos populacionais historicamente colonizados tenham seus saberes considerados pelo Estado. O estudo alinha-se à governança judicialmente dialógica advinda do conceito de Justiça Aberta. Além disso, adota-se a definição sociológica de colonialismo na compreensão do silenciamento imposto a setores da sociedade desde o período colonial. Sob tais bases teóricas, mencionam-se dois julgados, envolvendo a legitimação de saberes de indígenas e quilombolas. Ao final, o artigo conclui que os julgados citados revelam possibilidades democráticas do fenômeno da judicialização das questões políticas pelo fato de o Judiciário ter se colocado como promotor do diálogo igualitário entre os poderes de Estado e estratos sociais.

 

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Biografia do Autor

  • André Augusto Salvador Bezerra, Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, ENFAM, Brasília, DF

    Professor do Curso de Mestrado Profissional em Direito e Judiciário na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM). Foi Professor na disciplina ACH3787 - Seminários de Políticas Públicas Setoriais VI - Justiça Aberta do curso de graduação em Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (USP) (2021). Líder do Grupo de Pesquisa Ética e Justiça da ENFAM. Pesquisador do COLAB/USP (Colaboratório de Desenvolvimento e Participação da USP), do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Gênero, Direitos Humanos e Acesso à Justiça da ENFAM e do Observatório da Criminalização da Pobreza e dos Movimentos Sociais da USP. Concluiu programa de pós-doutorado no curso de Gestão de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Doutor pelo programa de Pós-Graduação Humanidades, Direitos e outras legitimidades da Universidade de São Paulo. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da Universidade de São Paulo. Especialista em Direito Público pela Escola Paulista de Magistratura. Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo e graduação em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É Juiz de Direito do Tribunal de Justiça de São Paulo. Atua principalmente na defesa científica do aprimoramento da prática judicial, em conformidade aos preceitos éticos que fundamentam os Direitos Humanos. E-mail: andreaugusto@usp.br.

Publicado

2025-10-16 — Atualizado em 2023-07-30

Como Citar

Justiça Aberta para populações colonizadas: troca de saberes na judicialização das questões políticas: intercambio de conocimientos en la judicialización de cuestiones políticas. (2023). Revista Justiça Do Direito, 37(1), 202-226. https://doi.org/10.5335/rjd.v37i1.14768